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Diário da Câmara dos Deputados
que depende o seu índice do hidraulicidade.
E essas condições de hidraulicidade são manifestadas pelo tempo de presa, por qualidades de ordem química e de ordem técnica na aplicação dos cimentes, e todas essas características só se obtêm no produto quando o fabrico se rodeia de todos os cuidados.
Não há fábrica nenhuma que não monte o seu laboratório para fazer dia a dia, hora hora, de cinco era cinco minutos, mesmo, como fazem os americanos, a análise dos produtos que hão-de ser submetidos à última deferição das matérias, ou a sua mistura, para a formação dos tejolos. Êstes depois de cozidos são moídos no forno rotatório, e o pó misturado com carvão é sujeitado nesse forno que se move continuamente.
O cozimento do pó e do carvão deve ser feito a todo o comprimento do forno para se obter a desejada homogeneidade.
A emprêsa de Macieira é a garantia de ter contribuído para a resolução de um aspecto da nossa situação económica porque não temos hoje necessidade de importar m ai s. cimento. E como muito bem disse o Sr. Ministro das Finanças, nós temos toda a vantagem em dar todas as facilidades a essas emprêsas, porque temos o nosso vasto mercado colonial, o mercado aqui ao pé da porta que é a zona francesa de Marrocos onde se faz já hoje um largo comércio de materiais do construção, temos a nossa rica possessão de Angola, embora nesta haja margas que dão a possibilidade de se fabricar um bom cimento.
Eu ia estudei isso nnm curso que frequentei e fiz análises dessas margas, sendo minha opinião que o fabrico é tentador e remunerador. Mas emquanto isso se não faz, temos toda a costa ocidental de África para colocar o nosso cimento, temos possivelmente o Brasil, embora neste país já esteja mantida a indústria de, cimento, temos, emfim, meio mundo a fornecer.
Ora, em lugar de irmos fazer concorrência às pequenas indústrias portuguesas, vamos apenas fazê-la aos grandes potentados do cimento nacional, aos cimentos ingleses e belgas e a todos êsses cimentes que assambarcam o mercado mundial.
Não se pratica, pois, um acto de patriotismo e um acto de justiça, votando o adiamento do pagamento dos direitos em dívida?
Eu entendo que se deve dar a essas emprêsas tudo que é necessário para resolver a sua situação.
O orador não reviu.
O Sr. Carlos de Vasconcelos: — Requeiro que V. Ex.ª consulte a Câmara sôbre se consente que a sessão seja prorrogada até liquidação do assunto em debate e eleição das comissões.
O Sr. Presidente: — Vou pôr à votação o requerimento do Sr. Carlos de Vasconcelos.
O Sr. Almeida Ribeiro (sôbre o modo de votar): — Desejo saber se a Mesa considera em vigor uma disposição regimental votada por iniciativa do Sr. Álvaro de Castro, em 1922, segundo a qual as comissões não são eleitas, mas sim constituídas por parlamentares indicados pelos diversos grupos da Câmara.
O Sr. Presidente: — Para melhor informar V. Ex.ª mandei buscar as actas das sessões em que o assunto se tratou; logo que as tenha responderei a V. Ex.ª
O Sr. António Fonseca: — Sr. Presidente: se, na realidade, tiver de se fazer a eleição das comissões pelo antigo sistema, é absolutamente impossível efectuar hoje essa eleição, a menos que aqui estejamos até as 5 horas da manhã.
O Sr. Álvaro de Castro: — Pelo novo sistema, essa eleição faz-se em pouco mais de cinco minutos.
O Sr. Presidente: — Da leitura da acta de 8 de Maio dêste ano, parece-me poder concluir que a interpretação dada à proposta do Sr. António Fonseca era exclusivamente aplicada à discussão do orçamento.
O Sr. António Fonseca: — Eu fiz em tempos uma proposta para abreviar a discussão do orçamento, proposta que eu classificarei, se a Câmara mo permite, de triste memória. Mais tarde, porém, apresentei uma outra revogando aquela.