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6 Diário da Câmara dos Deputados

a usar e a abusar das autorizações (Apoiados) não se preocupe mais com êste problema que vai colidir com a carestia da vida — o problema nacional.

Muitas pessoas têm-se preocupado com a autonomia das colónias; mas o que é certo é que apesar de todos os clamores é a própria metrópole que tem concorrido para separação das colónias.

O Sr. Ministro das Finanças que é um distinto colonial, deve pôr toda a sua atenção e actividade sôbre êste assunto que se refere ao pagamento em ouro. Só se dão às colónias os meios necessários, política e administrativamente, porque não se hão-de dar em relação a outros serviços?

É um problema nacional que tem de ser ràpidamente resolvido.

É necessário que se pense a sério nestas questões.

O Sr. Ministro das Finanças não desconhece nenhuma das questões de que acabo de me fazer eco; e estou certo de que S. Exa. como de costume, tomará enérgicas e decisivas providências.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): — Pedi a palavra para responder às considerações do ilustre Deputado Sr. Nuno Simões.

Conhece S. Exa. o que são trabalhos de pautas, que correm com dificuldade. Esta circunstância obrigou-me a abrir um prazo maior para atender a todas as reclamações que foram presentes.

Quanto às pautas referentes aos produtos coloniais, eu já convoquei uma reunião da comissão das pautas para lhe expor a minha opinião, que é favorável ás colónias.

Quanto aos outros pontos devo dizer que a orientação de S. Exa. coaduna-se com a minha.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — O Sr. Cancela de Abreu deseja tratar em negócio urgente
dos decretos do Govêrno que hoje vieram publicados nos jornais.

Nesse sentido vou consultar a Câmara.

Consultada a Câmara, foi rejeitado o ne-

gócio urgente em contraprova requerida pelo Sr. Cancela de Abreu, estando de pé 47 Srs. Deputados e sentados 21.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: não faço por agora comentários à atitude da Câmara abafando a discussão de um assunto que devia ter sido presente ao Parlamento antes de ser conhecido pelos jornais.

O Govêrno não perde pela demora.

Eu pregunto se é assim que a maioria quere dignificar a República e provocar a confiança do País.

Eu pregunto se amanhã haverá algum português que empreste um centavo ao Estado.

Publicou-se um decreto sôbre o jôgo de cambiais que é apenas para os pequenos cambistas.

O pequeno cambista, cuja acção restrita não pode afectar sensivelmente a situação financeira do País, êsse é proibido de vender cambiais; mas a alta finança de poderosa e, por vezes, nefasta influência, essa pode continuar livremente o seu negócio de compra e venda de cambiais.

Sr. Presidente: feitas estas rápidas observações que a deliberação tomada pela Câmara sôbre o meu negócio urgente me sugeriu, eu vou agora entrar no assunto para que pedi a palavra, chamando para êle a atenção ao Sr. Ministro das Colónias.

Há dias eu formulei ao Sr. Ministro das Colónias algumas preguntas concretas a propósito da publicidade paga de alguns artigos laudatórios da pessoa do Alto Comissário de Angola, insertos em vários jornais da capital.

Estou ainda hoje à espera da resposta de S. Exa. se fôr conseqüência, sem saber ao certo qual a sua opinião sôbre o caso.

Eu peço, portanto e novamente, ao Sr. Ministro das Colónias, a cujas qualidades de carácter eu presto homenagem, para dizer à Câmara se concorda ou não com o facto de a Agência Geral de Angola andar a desbaratar grossas quantias com a publicidade de artigos laudatórios do Sr. general Norton de Matos.

Ainda há dias num jornal, creio que daqueles onde essas informações pagas costumavam ser publicadas, vinha um artigo