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6 Diário da Câmara dos Deputados

não quero contribuir de qualquer forma para que una homem da alta competência de S. Exa. fique melindrado.

Nestas condições e em vista do que me foi apresentado, peço a V. Exa. o favor de me reservar a palavra para depois.

O Sr. Jorge Nunes: — Sr. Presidente: sê não estou em êrro, a Câmara resolveu que o ilustre Deputado Sr. Carlos de Vasconcelos fizesse uso da palavra. Êste lado da Câmara votou o requerimento do Sr. Carvalho da Silva que dizia respeito à carestia da vida e muito em especial ao pão.

A Câmara votou que o Sr. Carlos de Vasconcelos falasse (Apoiados), agora S. Exa. diz que, por melindres de um membro do Poder Executivo, desiste da palavra; a Câmara desconhece (Apoiados) êsses melindres emquanto o Govêrno, ou pelo seu presidente ou por qualquer membro, os não explicar.

Sabe o Sr. Ministro do Comércio quanto eu estimo e quanto respeito o seu talento e as suas faculdades de trabalho e que concordo com quási todos os detalhes da obra de S. Exa., mas as resoluções da Câmara são superiores a quaisquer conversas particulares.

É preciso proceder por qualquer forma contra a obra maquiavélica de todos os dias que provoca a carestia da vida.

Apoiados.

O Sr. Almeida Ribeiro: — V. Exa. quere que a Câmara vá impor ao Sr. Carlos de Vasconcelos que fale.

O Orador: — Eu sei que a Câmara não pode impor a obrigação de falar ao Sr. Carlos de Vasconcelos, mas sei também que á Câmara tem obrigação de saber qual a opinião é os melindres de qualquer membro do Govêrno.

Apoiados.

O Sr. Ministro do Comércio (António Fonseca): — Eu não podia pedir à Câmara que não tomasse conta do requerimento do S;r. Carvalho da Silva; se o fizesse, praticaria para com S. Exa. a uma incorrecção a que não tinha direito, nem está nos meus hábitos para quem quer que seja. Não se vá supor que eu não deseje que se trate da questão do pão, mas não

desejo também que a questão das estradas seja preterida.

Aproveito a ocasião para dizer que, se requeri para minha proposta ser já discutida, foi porque verifiquei que as comissões ainda não estavam constituídas, nem presidente, nem secretário tinham; e assim via que só bem tarde eu poderia obter parecer, pois propostas minhas apresentadas em 1920 ainda não tiveram parecer.

Se há protecção à marinha mercante, deve-se, essa circunstância a tet o Sr. Dr. Vasco Borges feito publicar um decreto com fôrça de lei, e não a outro facto.

Há propostas que não encontraram nem Ministro sequer que as pudesse publicar como decreto; jazem ainda hoje nas comissões parlamentares sem parecer de ninguém.

Se alguns as têm lido, é porque eu lhes tenho andado a pedir que as estudem.

O problema das estradas é urgente e obriga, a um trabalho insano.

É preciso fazê-lo ràpidamente, para, que depois se contraia o empréstimo e se faça a reorganização precisa.

É por isso que desejo que V. Exas. votem êste assunto.

Não seria desfavorável para mim que o não votassem, porque tenho motivos de natureza pessoal que lucrariam com isso.

Se estou aqui, não é por minha vontade e desejo, porque tenho outra, situação, incomparavelmente melhor e mais tranqüila.

Tenho, porém, sempre sido justo para com os meus colegas do Parlamento. Nunca fiz ditadura, mas, só dentro de disposições legais procedo.

Mas o problema das estradas é defendido por mim com legítimo orgulho, e tenho o direito a que isso se tome em consideração.

O Sr. Jorge Nunes tem razão. Eu não pedi à Câmara que votasse segundo a, minha opinião, mas sim que procederia conforme a votação da Câmara.

Ficaria com a liberdade de me pronunciar em harmonia com a deliberação que a Câmara tomasse.

S. Exa. deve ficar satisfeito com estas explicações.

E aproveito a ocasião para dizer ao Sr. Plínio Silva que discuta o problema à sua vontade com o juiz. Não quero ca-