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Sessão de 22 de Fevereiro de 1924 23

lidades de honestidade e de saber do contabilista da Agência.

Era incapaz de ceder a quem quer que fôsse que lhe propusesse a menor irregularidade. É um funcionário honestíssimo e como poucos tenho conhecido. Sei que está muito desgostoso e com estas palavras eu quis significar-lhe a minha simpatia.

Sr. Presidente: é preciso que acabemos de andar sempre a dizer que todos são ladrões, que isto é uma falperra.

A Junta de Crédito Público é uma instituição que traz altas vantagens para a província, que é composta dos seguintes membros:

Leu.

Como V. Exas. vêem, nada tem de extraordinário que dêste organismo faça parte o secretário de finanças, bem como o chefe da respectiva repartição.

Reparou também o Sr. Cunha Leal que se não tenham publicado os balancetes mensais do movimento dos bilhetes de Tesouro em circulação.

A êste respeito devo dizer que êsses balancetes foram criados por diploma do Alto Comissário, mas tornou-se desnecessário fazê-los, visto que os bilhetes não foram postos em circulação, porque, destinando-se êles a arranjar verba para pagamento de diversos fornecimentos que encontrei por pagar, consegui, no emtanto, arranjá-los sem recorrer ao crédito do público.

E esta a razão por que não foram emitidos os bilhetes de Tesouro.

O Sr. Presidente: — Chegou a hora de se passar ao período de antes de se encerrar a sessão.

V. Exa. deseja concluir as suas considerações ou ficar com a palavra reservada?

O Orador: — Se V. Exa. me permite, fico com a palavra reservada.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

Leu-se na Mesa a seguinte:

Nota de interpelação

Desejo interpelar o Sr. Ministro das Finanças sôbre o decreto n.° 9:416, que

alterou a forma de pagamento dos juros do empréstimo de 1923. — Vitorino Guimarães.

Expeça-se.

O Sr. Presidente: — Tenho a comunicar à Câmara que, tendo sido procurado por uma comissão delegada da grande manifestação popular promovida pelas juntas de freguesia do concelho de Lisboa, mo foi entregue uma representação com algumas propostas anexas, e bem assim uma outra da Federação Nacional das Cooperativas, pedindo ao Parlamento e ao Govêrno enérgicas medidas para debelar a crise económica que atravessamos.

Antes de se encerrar a sessão

O Sr. João Camoesas: — Pedi a palavra, Sr. Presidente, para propor um voto do saudação às Juntas de Freguesia pela imponente manifestação que hoje levaram a efeito protestando contra a carestia da vida — manifestação que me comoveu extraordinariamente e que honra sobremaneira as tradições populares de Lisboa.

É com satisfação que eu constato a valiosa acção que as Juntas de Freguesia vêm desenvolvendo, devendo-se a elas o início da bela obra de assistência à população infantil da capital.

Apoiados.

Aproveito estar no uso da palavra para pedir a V. Exa. a fineza de consultar a Câmara sôbre se autoriza a publicação no Diário do Govêrno da representação que as Juntas de Freguesia entregaram a V. Exa.

Vozes: — Muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: — Sabemos nós, dêste lado da Câmara, que uma, grande manifestação popular veio ao Parlamento entregar uma representação contra a carestia da vida. A toda a hora tem este lado da Câmara frisado que é absolutamente indispensável atender ao custo da vida, que é hoje uma cousa inteiramente incomportável para os orçamentos da quási totalidade das pessoas.

Mas, desejando nós ardentemente que isso se faça, não queremos, por outro lado, que se faça por forma a iludir o povo,