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Sessão de 22 de Fevereiro de 1924 21

tar na colónia mais do dois anos, estou certo que os serviços andariam melhor e se desempenhariam com mais facilidade e o prestígio do fiscalização das despesas se manteria mais do que só mantém hoje.

Fizeram-se aqui referências à viagem do Sr. Presidente da República a Angola.

O conselho da província, quando foi informado de que o Sr. Presidente da República iria visitar as colónias, votou para a recepção do supremo magistrado da nação 1:500 contos.

Começaram-se a fazer os preparativos para essa recepção do Sr. Presidente da República.

Depois de se ter assentado o preparado um plano duma viagem ao interior, com os necessários dispêndios para isso, eram precisos alguns automóveis e transportes além dos caminhos de forro.

Deixando o caminho de ferro S. Exa. e sua comitiva teriam de seguir em automóveis.

Para isso resolveu-se fazer essa despeesa: era indispensável fazê-lo. E mesmo porque se por qualquer motivo S. Exa. deixasse de ir a Angola, essa despesa não era perdida, visto que os governadores do distrito, administradores de circunscrição e outros funcionários que por lei tem direito a casa mobilada, a roupa e utensílios tinham falta dêsses artigos.

Ter-se-ia de arranjar alojamentos.

Essas despesas fizeram-se portanto.

Quando houve a notícia de que o Sr. Presidente da República não ia a angola, o que muito nos desgostou, resolvi apresentar ao Conselho Executivo a proposta de pagar pelas verbas respectivas destinadas a casa, mobília, etc.

Essas verbas foram aplicadas a censos consideradas urgentíssimas, que, naturalmente, são aquelas que constam do telegrama que foi lido nesta casa do Parlamento pelo Sr. Cunha Leal.

Estou falando um pouco de memória porque devo declarar à Câmara que o meu arquivo aqui não está tam foragido como o do Sr. Cunha Leal.

S. Exa. tem mais do que eu, com toda a certeza.

S. Exa. afirmou que as cousas se passaram de certo modo: eu não afirmo tam categoricamente, por que, evidentemente me faltam elementos, o a minha memó-

ria me falha um pouco, no meio de tanta cousa.

Vamos agora a outro assunto.

S. Exa. tratou da compra dum automóvel ford.

A propósito da questão entre dois funcionários um chefe e outro subordinado o Sr. Cunha Leal proferiu aqui as seguintes palavras, que me parece que são estas aliás. Que eu disse que êsse funcionário, em virtude dos reparos feitos a propósito da compra dum automóvel Ford, não deixava...

Leu.

Isto produziu a natural hilariedade, e podia ser resultado da pouca inteligência de que disponho o escrever uma frase destas.

Não a encontrei. Preguntei a alguém se se lembrava disto.

Disseram-me que não.

Mas, por um acaso tenho essa frase, relativa a êsse incidente, às reclamações feitas por um funcionário engenheiro.

A conclusão a que cheguei, levou-me a despachar, e evidentemente não se parece nada com isto.

Tenho o direito de ler, porque francamente custa-me muito ouvir dizer que escrevo calinadas dessa espécie.

Leu.

Aqui está como eu despachei, o que representa grandeza que foi altamente deturpada por informação lida aqui pelo Sr. Cunha Leal.

Creia S. Exa. que lhe faço a justiça de supor que S. Exa. não trazia para aqui documentos e os lia, se não es tivesse absolutamente convencido de que êles eram exactamente a expressão da verdade.

S. Exa. foi enganado, ou propositadamente ou por falta da parte de quem forneceu os documentos.

Não correspondem à verdade. S. Exa. não conhece o meio apesar de ter estado em Loanda.

Sou talvez apaixonado, irrito-me talvez por vozes, e com um bocado do razão quero crer.

Na minha vida sou por vezes rude, forma talvez demasiada, mas sempre com boa intenção o espírito de justiça, e suponho que daí algum bem resulta para o bem do país e das instituições.

Apoiados.

Vozes: — Muito bem!