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8 Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Presidente: — Deu a hora de se passar à ordem do dia.

V. Exa. deseja terminar ou ficar com a palavra reservada?

O Orador: — Se V. Exa. me permite, fico com a palavra reservada.

O orador não reviu.

É aprovada a acta.

Fazem-se as seguintes

Admissões

Proposta de lei

Dos Srs. Ministros das Finanças e Guerra, abrindo a favor do Ministério da Guerra um crédito de 1:200.000$ para compra de medicamentos para a Farmácia Central do Exército.

Para a comissão de guerra.

Projecto de lei

Do Sr. Manuel de Sousa Coutinho, elevando ao triplo as propinas fixadas nos artigos 2.° e 3.° da lei n.° 1:363, de 13 de Setembro de 1922.

Para a comissão de instrução secundária.

O Sr. Presidente: — Comunico à Câmara o falecimento do ex-Presidente da República Brasileira Sr. Nilo Pessanha.

Grande entre as maiores figuras do Brasil, a cujos destinos presidiu, tendo ocupado com inexcedível brilho os mais altos cargos oficiais, Nilo Pessanha foi um sincero amigo de Portugal, que neste momento deplora comovidamente a sua perda.

Proponho, por isso, um voto de sentimento pela morte de tam eminente vulto.

O orador não reviu.

O Sr. Jaime de Sousa: — Sr. Presidente: em nome do Partido Republicano Português, associo-me ao voto de sentimento que V. Exa. acaba de propor pelo falecimento do antigo Presidente da República Brasileira, Sr. Não Pessanha.

Ninguém ignora em Portugal quanto Não Pessanha era admirador do país português, das suas virtudes, da sua história e das suas tradições, quanto êle estimava e amparava a nossa colónia no Brasil. A nação brasileira perde um grande homem o Portugal um grande amigo, como ainda

há pouco se provou quando dêsse lamentável incidente do nativismo, que a sua acção decisiva e protectora evitou que tivesse tomado maiores *e mais desastrosas proporções.

Tendo sido guindado à mais alta magistratura do seu país pelos seus dotes intelectuais e morais, Nilo Pessanha ocupava adentro da nação brasileira uma situação do prestígio inegualável.

Candidato à presidência da República, nas últimas eleições, foi vencido, mas nem por isso o seu prestígio declinou em todo o país brasileiro.

Mais tarde, tendo-se esboçado um movimento, Não Pessanha foi a individualidade em torno da qual giraram todas as esperanças dêsse movimento.

O movimento gorou e, quando se tratou da perseguição aos vencidos, Nilo Pessanha assumiu espontaneamente todas as responsabilidades, localizando em si todas as conseqüências possíveis do gesto praticado e indo até o ponto do desistir das suas imunidades parlamentares para se sujeitar ao veredictum nacional e sôbre êle recair a punição, se punição tivesse de haver.

É esta a grande figura que acaba de desaparecer da sociedade brasileira. Ao pesar por tam lamentável acontecimento me associo em meu nome pessoal e em nome dêste lado da Câmara.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem!

O orador não reviu.

O Sr. Hermano de Medeiros: — Sr. Presidente: em nome do Partido Nacionalista, associo-me comovidamente ao voto de sentimento que V. Exa. propôs à Câmara, pela morte de Nolo Pessanha.

Eu tive a ventura de conhecer pessoalmente êsse grande homem público quando estive no Rio.

Conheço toda a trajectória política dêsse verdadeiro homem de Estado e sei quanto êle foi um sincero e devotado amigo da nossa Pátria.

E, se outras qualidades não houvesse a impor Nilo Pessanha à nossa admiração e ao nosso respeito, essa existia e em tal grau que só por si seria suficiente para justificar o voto de sentimento que foi proposto pela Mesa, ao qual, repito, me