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12 Diário da Câmara dos Deputados

A travessia hoje começada é mais um acto de arrojo do que propriamente um esfôrço de carácter político ou especulativo, como estão fazendo nesta altura aviadores ingleses e norte-americanos, voando os primeiros numa volta para êste e os segundos para oeste, num raid de carácter político, subvencionado largamente pelos seus Governos.

Êsses aviadores vão fazer a volta ao mundo preparados com todos os elementos que não têm os portugueses, entregues à sua própria iniciativa, capacidade e energia.

Vão fazer num único aparelho o raid Lisboa-Macau!

Todo o país está convencido de que êles o realizam; demonstra-o a solicitude e carinhos revelados em todas as manifestações, quer na imprensa, quer nas reuniões, que se têm feito. Todo o país tem essa confiança nesse grande empreendimento.

Portanto, saudando em nome êste lado da Câmara os dois heróicos aviadores, ilustres oficiais do exército português, tenho a maior satisfação em me associar ao voto de saudação que, certamente, será votado por unanimidade.

Apoiados.

O orador não reviu.

O Sr. Lelo Portela: — Em nome dêste lado da Câmara associo-me à saudação feita pelo Sr. António Maia aos bravos aviadores que a esta hora vão mais uma vez procurar escrever na história da sua Pátria mais uma página bela.

Temos a confiança no êxito absoluto do que vai fazer-se.

Êste lado da Câmara deu sempre o seu apoio a todas as iniciativas que possam representar vantagem para a Pátria, quer sejam de ordem, moral quer de ordem material.

O raid que actualmente estão a executar os aviadores portugueses merece o nosso mais patriótico apoio e aprovação.

Representa para nós o não esquecimento das nossas colónias, e merece também a nossa mais patriótica saudação porque são dois oficiais do exército que vão erguer a Pátria, arriscando a própria vida.

Colocaram nesse empreendimento os seus haveres e fortuna, unicamente com o fim de servirem a soa Pátria.

Êste lado da Câmara dirige-lhes as suas saudações, esperando que o acto dêsses arrojados oficiais seja coroado do melhor êxito.

O orador não reviu.

O Sr. Morais de Carvalho: — Sr. Presidente: pedi a palavra, em nome dêste lado da Câmara, para me associar com entusiasmo à saudação proposta pelo Sr. António Maia aos ilustres aviadores que vão tentar uma nova viagem de navegação aérea, que redundará em prestígio e brilho do nome português.

Sr. Presidente: a nossa saudação é dada com tanta melhor vontade quanto é certo que o acto desses ilustres oficiais vai contribuir grandemente para o estreitamento das relações entre a metrópole e as colónias.

Nestas condições, e atendendo ainda a que os ilustres aviadores, movidos por um nobre espírito de altruísmo e pelo amor à sua Pátria, vão tentar a sua viagem desacompanhados de qualquer auxílio do Estado, empenhando nela os seus bens, associamo-nos inteiramente à proposta do Sr. António Maia.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Viriato da Fonseca: — Sr. Presidente: fui eu senão estou em êrro, quem era 1920 se levantou aqui para saudar freneticamente, com grande entusiasmo, os dois ilustres oficiais que vão agora fazer o raid Portugal-Macau, quando êsses distintos militares, numa manhã lançando-se numa aventura extraordinária, como se fossem portugueses dos tempos antigos, cheios de amor pátrio e cheios de coragem, foram, através do Atlântico, procurar a Ilha da Madeira.

O capitão Brito Pais e o tenente Beires, ao tempo, foram por mim saudados com o maior entusiasmo por êsse acto do grandeza de ânimo que praticaram então. Mais tarde fui também quem, num rasgo de audácia, tomou lugar na tribuna desta Câmara, ao lado de grandes oradores da minha terra, para saudar os ilustres aviadores Sacadura Cabral e Gago Coutinho, quando, ao terminarem a sua viagem aérea ao Rio de Janeiro, vieram aqui receber os hosanas do povo português através da representação parlamentar.