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Senão de 7 de Abril de 1924 13

Hoje, mais uma vez me levanto, e agora em nome do Grupo de Acção Republicana, para vir saudar novamente os dois ilustres oficiais Brito Pais e Beires, honra do exército português, honra da Pátria portuguesa, que vão por êsses ares fora mostrar quanto pode Portugal pelo valor da sua raça.

Sr. Presidente: não tenho palavras para significar a satisfação e o orgulho que sinto de pertencer ao exército português, que contém criaturas de tanto ânimo e valentia.

O heróico acto dêsses briosos militares há-de trazer para Portugal mais urna página brilhante na sua tam luzida história.

Ao passarem sôbre essas terras do oriente, as cinzas de Afonso de Albuquerque hão-de estremecer de júbilo por ainda haver portugueses que sabem praticar actos gloriosos como outrora se praticaram e que tanto ennobreceram Portugal.

Em nome, pois, do Grupo de Acção Republicana, eu associo me comovidamente, com o máximo entusiasmo, à saudação proposta pelo Sr. António Maia,

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Lino Neto: — Sr. Presidente: eu acompanho gostosamente a saudação proposta pelo Sr. António Maia.

Mais uma vez as qualidades de valentia da raça portuguesa estão postas à prova.

A viagem aérea até Macau é a cabal demonstração de que no País existem ainda energias brilhantes que atestam até que ponto vai o nosso espírito de sacrifício e de heroísmo;

E muito agradável assistir a um empreendimento desta ordem ao mesmo tempo que estamos assistindo a manifestações de decadência moral em todo o País.

Êstes rasgos de heroísmo vêm trazer-nos a esperança de que estamos em vésperas dum renascimento moral do nosso povo.

O que tem faltado no País, principalmente, tem sido o carácter, e a viagem feita com o desinteresse com que está sendo empreendida convence-nos de que afectivamente ainda há energias, bastantes para esperarmos por melhores dias.

Os ilustres aviadores, antes de partirem de Vila Nova de Milfontes, foram abençoados pelo Sr. Bispo de Beja. É a igreja abençoando todos os progressos sociais.

Deste lado da Câmara, dominados pela fé patriótica e pela fé religiosa, desejamos, que essa viagem se realize sem qualquer acidente, não só porque ela traz um maior estreitamento de relações entre Portugal e as colónias, mas ainda porque ela traduz, ao lado do valor da nossa raça, a existência de grandes progressos intelectuais e scientíficos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): — Sr. Presidente: pedi a palavra para, em nome do Govêrno, me associar gostosamente à proposta do Sr. António Maia, fazendo os meus sinceros votos para que a viagem, seja coroada do maior êxito.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Em vista dos discursos que acabam de ser proferidos em nome dos vários lados da Câmara, considero aprovada a proposta do Sr. António Maia.

É lido na Mesa um requerimento do Sr. Lelo Portela para se abrir uma inscrição especial sôbre as declarações do Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças.

É aprovado.

O Sr. Jorge Nunes: — Sr. Presidente: as notícias que o País, em anseio intranqüilo, há muito tempo aguardava chegaram há pouco.

O Sr. Ministro das Finanças dignou-se informar o Parlamento das diligências efectuadas pelo Sr. Director Geral da Fazenda Pública, em Londres e Paris; mas fez essas declarações por forma tal, que nós bem podemos supor que em vês de tratar-se duma operação financeira de largo alcance, e que dalguma maneira venha repercutir-se na situação económica terrível em que nos debatemos, ficamos quási na mesma.

O Sr. Ministro dás Finanças declarou que o Estado português, desde Abril até