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10 Diário da Câmara dos Deputados

que os funcionários estejam ao serviço, fazendo o seu trabalho.

Não aceitará qualquer indicação para perseguir os funcionários menores que ficaram ao serviço. Acima de tudo está a disciplina.

Dito isto, o Parlamento resolverá como entender: ou dá fôrça ao Govêrno para fazer o que esteja na sua mão, ou chama para êste lugar os empregados dos Correios e Telégrafos.

Tenho dito.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador? quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe f oram enviadas.

O 3r. João Camoesas: — Sr. Presidente: ouvi as declarações do Sr. Presidente do Ministério. Elas são a resposta à minha pregunta sôbre se tinha havido actos de sabotage antes da greve.

Àpartes.

Fiz a minha pregunta no intuito de esclarecer o meu espírito, porque tinha sido informado de que tinham sido praticados certos actos antes da entrada da forca armada e antes de se darem quaisquer ocorrências,

Tendo estas informações, entendi dever pedir os esclarecimentos do Govêrno. Julguei-os convenientes até para o próprio Govêrno, para que o Parlamento pudesse ver até que ponto pode ir a sua solidariedade com o Govêrno ante os actos praticados.

Eram estas as explicações que tinha a dar á Câmara.

Pelo conhecimento que tenho da psicologia dos que trabalham, mal avisados andam os directores que se bandeiam com as classes — sejam quais forem — porque certas funções devem manter-se acima de quaisquer outras considerações.

Àpartes.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações {Nuno Simões): — V. Exa. está sendo absolutamente injusto.

Nem o Govêrno se entendeu com qualquer classe contra outra, nem era capaz; de se bandear.

Apartes.

O Orador: — Não se indigne V. Exa. Não é meu feitio ser injusto, e se por-

ventura a palavra «bandear» feriu a sua susceptibilidade, não tenho dúvida em fazer a devida correcção.

O que, porém, sustento, e tenho sustentado sempre, é que é necessário procurar evitar sempre qualquer estado de perturbação entre os funcionários.

Àpartes.

Era isto o que queria dizer à Câmara.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): — Sr. Presidente: pedi a palavra para fazer algumas considerações às observações feitas pelo Sr. João Camoesas. Eu não quis criticar as preguntas de S. Exa.; mas, como Presidente do Ministério, não podia deixar de dizer que o Govêrno não podia deixar de se colocar ao lado dos que ficam ao serviço do Estado.

Não se trata duma greve dos transportes, nem dos padeiros.

Trata-se duma greve de pessoal do Estado, e o Estado deve estar ao lado dos que estão pelo Estado e trabalhando pelo Estado.

Àpartes.

O que lamento é que o facto se dê com o pessoal maior.

Como quere S. Exa. que um funcionário se imponha, nessas condições, àqueles que não cumpram os seus deveres?

Êstes são os factos.

Há o espírito de disciplina que é necessário manter.

Como pode o Govêrno restituir a êsses altos funcionários, o prestígio que êles devem ter?

Aqueles que não estão com o Estado, que se revoltaram contra o Estado, tem de se aplicar o regulamento disciplinar.

Àpartes.

O Estado tem uma função; e é essa função que o Govêrno tem de executar.

V. Exas. façam o que entenderem, porque o Govêrno só cumprirá o seu dever.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra quando o orador haja revisto as notas taquigráficas.

O Sr. Carvalho da Silva (para explicações): — Sr. Presidente: encontro nas pá-