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Sessão de 12 de Maio de 1924 9

inteirei-o sôbre os propósitos do Govêrno.

Não obstante essa comunicação, na tarde do dia 9 o pessoal maior dos Correios e Telégrafos, persistindo nos seus pontos de vista, iniciava a prática de actos cuja gravidade levaram o Govêrno a intervir.

De facto, o Govêrno interveio; mas a sua intervenção foi feita nos melhores termos, quer por parto do Sr. Ministro da Guerra que se limitou a.verificar os actos praticados, quer por parte do Sr. Ministro do Interior que apenas mandou sair o pessoal que estava na disposição de não trabalhar.

Constatou-se a prática de verdadeiros actos de sabotage e em presença deles o Govêrno resolveu actuar rápida e energicamente (muitos apoiados), tomando as providências que são já do conhecimento da Câmara.

Por muito que se pretenda desvirtuar a verdade de tudo quanto se passou, os factos são tais como acabo de apresentar, assim como foi, tal como o que expus, o procedimento tomado pelo Govêrno perante um acontecimento que poderia ter uma repercussão nefasta aos interêsses do País.

Apoiados.

O Sr. Carvalho da Silva: — Mas o Govêrno fez, ou não, com que o pessoal menor se pronunciasse contra o pessoal maior?

É ou não verdade que o pessoal menor do Pôrto, em hostilidade ao pessoal maior, soltou vivas à revolução social?

Sussurro.

Trocam-se àpartes.

O Orador: — O Sr. Carvalho da Silva não está fazendo uma afirmação exacta...

O Sr. João Camoesas: — V. Exa. pode-me dizer se antes da intervenção da fôrça armada se praticaram actos de sabotage?

O Orador: — Sim, senhor. Confessados por um chefe de serviço ao Sr. Ministro da Guerra...

O Sr. Carvalho da Silva: — Mas o que sabe V. Exa. a respeito dos vivas à revolução social?

O Orador: — Eu não posso concordar com actos de indisciplina e muito menos com as considerações do Sr. Carvalho da Silva que defende doutrina contrária.

O Sr. Carvalho da Silva (interrompendo): — Eu condeno todos os actos de indisciplina, cometidos seja por quem fôr.

O Orador: — Mas se V. Exa. condena os actos de indisciplina, não tem o direito de fazer preguntas dessas.

Muitos apoiados.

O Govêrno não apoia esta ou aquela categoria de classe. O Govêrno faz o que deve: — cumpre o seu dever.

Vozes: — Apoiado.

O Orador: — Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando nestes termos restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): — Devo dizer a V. Exa. que o pessoal dos Correios e Telégrafos praticou actos de indisciplina, declarando a greve dos braços caídos e praticando actos de sabotage. Êstes actos foram praticados na presença do Sr. coronel Freiria que verificou que as trocas de correspondência eram propositadas.

Tenho em meu poder um documento que foi apreendido a um funcionário superior quando, por mão própria, era enviado ao Pôrto.

Nesse documento, um oficial superior dos Correios e Telégrafos comunicava a outro oficial superior do Pôrto que os actos de sabotage praticados não podiam ser reparados tam cedo.

Em face do que acabo de relatar sumariamente, o Govêrno não tem outro procedimento a seguir senão êste:

Todos os funcionários dos correios e telegrafes que faltarem ao serviço serão severamente castigados. Será talvez esta a primeira ocasião em que o Govêrno se encontre na situação de poder tirar todos os elementos nocivos dos Correios e Telégrafos.

A situação do Govêrno é esta:

Não resolverá nada sôbre a nova reorganização dos Correios e Telégrafos sem