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18 Diário da Câmara dos Deputados

te não tem pertencido ao Estado terão daqui em diante de lhe pertencer. Refiro-me, neste ponto, à Assistência Pública.

Ela tem estado desde há séculos a cargo dos corpos e corporações administrativas; mas o Estado, para cobrir os deficits dos seus apertos financeiros, aumentou a circulação fiduciária, desvalorizando os papéis de crédito que aquelas instituições foram obrigadas a comprar. Nestas condições encontram se as Misericórdias, as irmandades, corpos e corporações administrativos que não tem hoje recursos para acudir à miséria nacional.

Ainda há dias, ò Sr. Portugal Durão informou a Câmara de que ao desembarcar na estação de S. Bento, viu senhoras da melhor sociedade andarem pedindo esmola para a Misericórdia do Pôrto, uma das mais poderosas do País.

Tenho também presente o Diário do Minho, onde se diz o seguinte:

Leu.

Verifica-se, pois, que os serviços da Assistência estão desorganizados.

Mas pregunto: Como podemos nós esperar a estabilidade cambial, com esta forma do funcionamento de serviços públicos ?

Sr. Presidente: torna-se também necessário a confiança na capacidade de quem governa, e isto sem desprimor para o Sr. Presidente do Ministério ou para qualquer dos seus colaboradores, visto que a arte de governar não é só função dos merecimentos individuais, mas, sim, função das condições sociais. Ora é essa confiança que o Govêrno não tem actualmente.

Sr. Presidente: não sou eu quem o afirmo, mas sim a própria Câmara.

O ilustre Deputado Sr. Barros Queiroz, depois de lembrar as condições da sua vida austera, teve o cuidado de dizer que sistematicamente se tem afastado da administração de Bancos, simplesmente para garantir a sua autoridade de homem público. S. Exa. terminou por dizer que nenhum dos lados da Câmara apresentou um plano de ordem financeira.

Sr. Presidente: sôbre a interpelação falaram em primeiro lugar o Sr. Vitorino Guimarães, que atacou o decreto n.° 9:416 e bem assim a fé dos contatos, insurgindo-se porque êles não fossem acompanhados de outras medidas que julgava necessárias.

Seguiu-se a falar o Sr. Velhinho Correia, que é Deputado de merecimento, mas que, como Ministro das Finanças, o foi como a Câmara sabe.

A seguir falou o Sr. Jaime de Sousa, que acabou o seu discurso por pedir paz e união. Ora quando um Deputado da República pede paz é porque a lógica lhe indica que deve pedir paz.

Àparte.

Falou também o Sr. Portugal Durão; e todo o seu discurso foi um ataque cerrado à administração do Govêrno.

O Sr. Almeida Ribeiro falou também como leader e com o Deputado.

Como Deputado, declarou que as medidas do Govêrno, embora merecessem consideração, não eram acompanhadas de outras medidas que as completem.

Como leader, falou dum modo; como Deputado falou de outro modo.

Quando é que S. Exa. falou com sinceridade?

Apartes;

O Sr. Almeida Ribeiro (interrompendo): — V. Exa. põe em dúvida a minha sinceridade?

Àpartes.

O Orador: — Não é isso o que eu quero dizer.

O que é certo, pois, é que há necessidade de outras medidas para que as que foram apresentadas tenham resultado.

Àpartes do Sr. Almeida Ribeiro.

O Orador: - S. Exa. fez distinção das medidas apresentadas e das que há a apresentar.

S. Exa. falou também como leader, o as suas palavras têm de ser consideradas para todos os efeitos sob êsse aspecto.

Apartes.

Também falou o Sr. António Maria da Silva e S. Exa. foi dizendo que o Govêrno necessitava apresentar medidas de outra ordem para ter o apoio de todos os lados da Câmara.

Isto significa que as medidas do Govêrno não correspondem às necessidades do País.

Todos os financeiros da Câmara fala-