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24 Diário da Câmara dos Deputados

e que respeita ao jornal A Batalha, nada digo porque S. Exa. o Sr. Ministro do Interior pretende fazer novas declarações a seguir a mim.

Quanto ao caso para que S. Exa. chamou a minha atenção, devo explicar que o Sr. Tudela foi em serviço de fiscalização a várias, repartições de finanças, sôbre cobrança de impostos.

S. Exa. foi chamado a Lisboa quando estava em Castelo Branco; mas já tive ocasião de verificar que não foi chamado par motivo algum referente ao serviço de fiscalização dos impostos. Mas para que o facto não ficasse apenas em meras averiguações, mandei que pela Direcção Geral dos Impostos o Sr. Tudela me indicasse quais as sindicâncias que êle tinha deixado de seguir em virtude da sua vinda a Lisboa.

É interessante saber como é que a notícia aparece no jornal, porque certamente não foram os interessados que a mandaram, mas qualquer outra pessoa, num determinado intuito.

Tenho o máximo prazer em dar toda a fôrça a qualquer fiscal dos impostos. A única cousa que podarei ler feito neste assunto é ter procurado suavizar a acção dêsses fiscais em relação a outros impostos que estão no princípio dá sua cobrança, para que o contribuinte não fique muito zangado com o fisco.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Interior (Sá Cardoso): — Sr. Presidente: efectivamente, como disse o Sr. Sá Pereira os Cortes no jornal A Batalha foram três: um passou-me despercebido, o Outro foi o que fazia referência à Câmara e o terceiro aquele que se referia ao Governo.

Acho extraordinário o calor que S. Exa. tomou; e só o posso explicar pelo facto de o Sr. Sá Pereira não ter lido certamente êsse jornal.

Quando eu tive conhecimento de que A Batalha tinha sido censurada, sem eu o ter ordenado, pensei em dar uma satisfação a êsse jornal; mas não o fiz, porque entendi que ninguém que prezasse a sua dignidade própria è a dignidade do cargo quê ocupo o poderia fazer.

Não me julgo com o dever nem com o voto de dar explicações a quem chamava ao Govêrno ladrão e outros nomes que me abstenho de pronunciar.

Não me baixo a dar explicações a quem me trata por esta forma.

Apoiados.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Sá Pereira (para explicações): — Sr. Presidente: já declarei que não era leitor do jornal A Batalha; mas tenho visto que êste jornal ataca com desassombro todos os prevaricadores. E é essa razão da simpatia que êle me merece.

Se a censura tivesse sido feita, não ao jornal A Batalha, mas a qualquer outro, eu teria igualmente protestado; todavia é certo que tomei mais calor nó meu protesto, tratando-se de A Batalha, que é um jornal defensor das regalias operárias, que eu também tenho sempre defendido.

O Sr. Ministro do Interior (Sá Cardoso): — Peço perdão a V. Exa., mas ninguém atacou as regalias dos operários. É uma frase de V. Exa. que pôde ter efeitos políticos. Não tenho culpa que haja entre os operários, como noutros meios, pessoas que prevaricam. Não ataquei os operários, repito.

O Orador: — V. Exa. conhece-me suficientemente para saber que eu nunca procuro tirar efeitos políticos com às minhas palavras.

Quis apenas frisar que tinha sido submetido a um regime especial o único jornal que abertamente defende as regalias dos operários, ao mesmo tempo que se deixam publicar os jornais monárquicos que todos os dias anavalham a República, chegando a sua audácia a atacar o bom nome do Chefe do Estado, que devia estar acima de tudo isso, e sendo aliás mantidos por pessoas que são os detentores da riqueza pública.

Ora, se eu não quero um regime diferente para êstes jornais, também o, não quero para o jornal que defende as classes operárias, ao lado de quem sempre estive.

Tenho dito.

O orador não reviu.