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14 Diário da Câmara dos Deputados

os tive numa moagem da província e antes de ela começar a funcionar.

O Sr. Ministro da Agricultura (Joaquim Ribeiro) (interrompendo}: — Teve medo.

O Orador: — Medo, não; porém, julguei preferível entrar para outra indústria.

Eu, Sr. Presidente, devo dizer em abono da verdade que não sou de opinião da importação livre do trigo exótico, pois desta forma estabelecer-se-ia a concorrência de umas fábricas com as outras, e desde que se estabelecesse a concorrência o País teria tudo a lucrar, lucrando igualmente essas fábricas, visto que elas hoje não trabalham em cheio, estando por vezes dois e três dias paradas, tendo de pagar ao seu pessoal.

Desta forma poderiam trabalhar em cheio, sendo obrigada* a adquirir todo o trigo nacional.

O rir. Joaquim Ribeiro não tem aquele respeito que deveria ter, como Ministro da República, pelas leis do seu país, visto que por um decreto demoliu todo o nosso trabalho; que foi estudado pelas comissões respectivas, e até por V. Exa., que fazia parte dessas comissões.

V. Exa. parece-me um pouco precipitado.

Creio que ainda há uma comissão nomeada, encarregada de estudar o regime cerealífero.

S. Exa. apresentou uma proposta modificando o regime cerealífero; o que era natural é que essa comissão apresentasse um trabalho o mais ràpidamente possível.

Isto não é dizer que V. Exa. não tem toda a competência para tratar dêste assunto.

Eu, porém, para fazer uma lei consultei moageiros, panificadores e lavradores.

Só depois disso é que eu, com duas pessoas consideradas como verdadeiras autoridades no assunto, resolvi estabelecer as bases da minha proposta, bases que por sinal foram alvo duma apreciação menos justa por parte de alguns Srs. Deputados que julgando ver por detrás dessa proposta determinadas pessoas as procuraram atingir com essa apreciação.

A terceira conclusão, Sr. Presidente,

da rápida exposição que acabo de fazer à Câmara, é a de que durante a última vigência do Sr. Joaquim Ribeiro na pasta da Agricultura a Moagem auferiu fabulosos lucros, a par do sensível encarecimento da vida com cuja progressão o Govêrno parece não se preocupar.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: eu desejava que V. Exa. me dissesse se o Sr. Ministro do Trabalho já se deu por habilitado a responder à nota de interpelação que enviei para a Mesa, relativa à Fábrica da Marinha Grande.

O Sr. Presidente: — Sim senhor.

O Orador: — Nesse caso peço a V. Exa. para marcar essa interpelação para um dos dias da próxima semana.

O Sr. Carvalho da Silva: — Requeiro que sôbre o assunto da interpelação do Sr. Sousa da Câmara se abra uma inscrição especial.

É rejeitado.

O Sr. Carvalho da Silva: — Requeiro a contraprova e invoco o § 2.° do artigo 116.°

Procede-se à contagem.

O Sr. Presidente: — Estão de pé 39 Srs. Deputados e sentados 24.

Está rejeitado.

O Sr. Ministro da Agricultura (Joaquim Ribeiro): — Sr. Presidente: ouvi com toda a atenção a interpelação que acaba de me fazer o ilustre Deputado de quem tenho a honra de ser amigo, o Sr. Sousa da Câmara, que versou o assunto com rara competência, com a competência, que lhe advém do facto de ser professor do Instituto Superior de Agronomia, grande proprietário e antigo Ministro da Agricultura.

S. Exa., nas considerações que fez, não se limitou a apreciar o decrecto n.° 9:060 porque analisou, também, a proposta que eu tive a honra de apresentar ao Parlamento.

Analisou-a e criticou-a como se S. Exa. pertencesse à comissão de agricul-