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6 Diário da Câmara dos Deputados

bre os resultados das transacções feitas com as cambiais do Estado.

Vozes: — Muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva (para explicações): — Sr. Presidente: ao chegar a esta casa ouvi o Sr. Vitorino Guimarães censurar indignadamente a atitude tomada por mim há mais de um mês.

Já estamos habituados a ver o Sr. Vitorino Guimarães retardar a sua indignação. Quando o Sr. Ministro das Finanças diminuiu o juro do empréstimo de 6,5 por cento, apesar do Sr. Vitorino Guimarães haver tomado o compromisso com o País de garantir os juros estipulados, S. Exa. não hesitou em engarrafar a sua indignação durante quatro meses.

O Sr. Vitorino Guimarães de novo engarrafou a sua indignação acercada questão das cambiais. Hoje, porém, em virtude de combinações feitas com o Sr. Ministro das Finanças, vem tratar da questão das cambiais, tantas vezes versada pela minoria monárquica.

O Sr. Vitorino Guimarães não foi verdadeiro na sua acusação. Não fomos nós que fugimos. Foi o Sr. Vitorino Guimarães, foi o Sr. Álvaro de Castro, foram todos os Ministros das Finanças que têm fugido ao cumprimento da lei que mandava apresentar semestralmente ao Parlamento as contas do movimento das cambiais.

O Sr. Vitorino Guimarães, cujas responsabilidades são tam grandes como as do Sr. Álvaro de Castro na falta da publicação das contas, vem hoje acusar quem tem pugnado pelo cumprimento da lei!

Que autoridade tem S. Exa. para falar, quando é certo que ainda não se publicaram as contas da aplicação de 642:000 contos, não se sabendo sé o Estado perdeu, se ganhou, ou quanto ganhou?

Homens que tratam assim dos assuntos de administração pública que autoridade têm pára se levantarem contra quem reclama dentro da lei?

Conforme se demonstrou, como ainda há poucos dias foi confirmado nesta Câmara, não há contas das transacções com as cambiais, embora se trate de milhares e milhares de contos.

Na República os homens que administram não apresentam contas do que gastam.

E são êstes homens que têm o arrojo de vir acusar quem está isento de responsabilidades!

Sussurro.

O Orador: — Directamente visado pelo Sr. Vitorino Guimarães, tenho o direito de ò atacar com aquela energia e autoridade que disfruta quem não tem responsabilidades neste assunto e só pediu o cumprimento da lei.

Há mais dum mês que foram feitas as preguntas, e até hoje não houve resposta, quando todos sabem que as cambiais são lançadas no mercado para favorecer os amigos em dezenas de contos.

O Sr. Presidente: — V. Exa. faz o favor de restringir as suas considerações, pois tem a palavra só para explicações.

O Orador: — Vou terminar pedindo a V. Exa. que me reserve a palavra para depois do Sr. Presidente, do Ministério.

O orador não reviu.

O Sr. António Correia: — Pedia a V. Exa. que me dissesse qual ê a disposição regimental em que se fundou para não me dar á palavra, quando eu estava inscrito ante ontem, tendo-a dado a muitos outros Srs. Deputados.

Não sei a razão por que V. Exa. não rua deu; não sei se foi por eu ser um Deputado republicano.

Sinto-me agravado pela interpretação que V. Exa. deu ao Regimento, e de que resultou uma desconsideração para mim.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Não tive o intuito de desconsiderar V. Exa., nem ninguém, pois também havia outros Srs. Deputados que desejavam falar.

Cingi-me ao que estabelece o artigo 70.°, devendo acrescentar que no artigo 53.° se regula o uso da palavra para explicações.

S. Exa. não reviu.

O Sr. António Correia: — Acredito que V. Exa. não teve intuito de desconside-