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Sessão de 30 de Maio de 1924 7

ra-r ; mas devia ter- me concedido o tempo suficiente para usar da palavra.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro dai Finanças (Álvaro de Castro): — Agradeço ao Sr. Vitorino Guimarães o ensejo que me proporcionou de eu poder esclarecer a Câmara e rectificar umas frases do Sr. Carvalho da Silva.

O Sr. Carvalho da Silva interpretou erradamente certos números, o que me leva a ler à Câmara um mapa representativo do movimento das cambiais de exportação, desde 26 de Julho de 1923.

Êsse mapa acusa o seguinte:

A - Compras: Cambiais de exportação adquiridas, 633. 470$37 escudos a converter em esterlino, 8:608.829$00; somando estas duas verbas à importância de 642:324.299$00.

B — Vendas — Dinheiro cobrado pelo Estado, 517:613.535$00; cambiais gastas pelo Estado na compra de trigo e arroz, 517:513.535$00; com encargos próprios (dívidas), 63:288.301$00; saldo existente, 44:611.387$00. Somam estas verbas a importância de 715:873.972. Deduzindo daqui o produto de cambiais que foram incluídas no regime de exportações, mas adquiridas directamente no mercado, na importância de 77:205.065$00, obtem-se o número de 638:668.907$00.

C — Ganhos e perdas — Dinheiro gasto em adquirir cambiais, 642:324.29$00; dinheiro recebido pela vença de cambiais, 638:668.907$00, do que resulta uma diferença de 3:655.392$ÒO. Deduzindo a importância de 2:517.964$. (comissão do Banco de torturai) resulta um prejuízo de 1:337.428$00

Esta, na verdade, é a conta exacta, mas deduzidas as cambiais necessárias para ocorrer à deminuição do preço do pão, resulta uma grande economia para o Estado.

Como já tive enseje de dizer noutra ocasião em que me referi ao assunto; â conta será apresentada ao Parlamento para que êste e o país tomem dela é devido conhecimento.

Essa conta aliás não está determinada na lei, porque o determinado é que se se faça a conta das despesas próprias da inspecção é não das cambiais.

Mas estão fazendo-se, todas as contas necessárias para se publicarem os respectivos números e serem apresentados à Câmara.

Por êsses números demonstrar-se há que efectivamente a administração dessas verbas e cambiais foi feita em condições de utilidade, para o país.

Nada mais terei a dizer senão que compreendo muito bem — várias vezes o tenho dito — a atitude, dos Srs. Deputados monárquicos, pois que estão em tudo em oposição absoluta ao regime.

A oposição monárquica, pois, faz a política que entende mais vantajosa para a causa que defende, sendo porém certo que essa política se traduz num descrédito que afecta singularmente os interêsses do Estado afectando igualmente os seus interêsses próprios, porque o mal que se possa produzir afectará por igual a todos.

Os factos que se estão passando neste momento, e que ainda não são; conhecidos do país em detalhe, mas tive possivelmente o serão num prazo relativamente curto mostram-me as classes que em Portugal têm domínio financeiro e económico procuram perturbar a vida política criando uma situação de, descrédito em manifesto prejuízo do Estado.

Uma voz: - Mas isso é grave.

Outra voz: - Peçam-lhes as devidas contas.

O Sr. Velhinho Correia: — Polícia com êles!

O Orador: - O Govêrno não deixará de actuar através de todos os meios que tiver ao seu alcance, para restabelecer a confiança pública.

Não é uma questão de confiança num Govêrno; é uma quentão de confiança no país.

Se necessário fôr, apelaremos para a Câmara, na certeza de que esta não deixará de nos dar toda a fôrça para actuarmos como fôr conveniente, a fim de se manter a normalidade e a ordem no país.

Agora quero responder ao Sr. Tavares de Carvalho, que há duas sessões vem falando sôbre a questão do pagamento ao Estado, por parte dos Bancos das libras
que êstes lhe devem restituir.