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26 Diário da Câmara dos Deputados

iam perigoso para a Nação que se êle sai daqui prestigiado com a sanção do Parlamento a êste decreto êle vai continuar na mesma vida, vai continuar à toa, e os culpados, evidentemente, somos nós, os parlamentares.

A culpa recaíra principalmente sôbre a Câmara política, que é a Câmara dos Deputados, e que deverá dizer agora ao Sr. Presidente do Ministério: não nos importa que caia com êste decreto, mas o que importa é que êle seja revogado, o que importa é demonstrar lá fora que somos um país que quere e sabe cumprir as suas obrigações.

Vou terminar, Sr. Presidente, tanto mais quanto é certo que poucos são aqueles que me estão prestando atenção, a não ser alguns correligionários meus e alguns membros da maioria, que não são em grande número, pois a verdade é que emquanto nós estamos aqui honradamente a demonstrar os inconvenientes de semelhante decreto, que na verdade ofende o brio e o crédito da Nação, outros há com certeza que nesta mesma sala se estão suceder ao Sr. Álvaro de Castro.

Eu não quero, Sr. Presidente, censurar a Câmara, e assim, para não ficar com a palavra reservada, dou por findas as minhas considerações, apenas dizendo ao Sr. Presidente do Ministério que se êle há-de ficar eternamente no Poder enfeudado às incoerências de uma maneira que o não defende, não vale a pena sacrificar assim o seu bom nome de estadista com medidas que são prejudiciais para a Nação e que ofendem, repito, os brios e os créditos da mesma Nação.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem.

O orador não reviu.

Antes de se encerrar a sessão

O Sr. Presidente: — Vai passar-se ao período de antes de se encerrar a sessão.

Tem a palavra o Sr. Rodrigues Gaspar.

O Sr. Rodrigues Gaspar: — Sr. Presidente: após a última sessão da Câmara dois factos se produziram que me obrigam a fazer algumas observações para as

quais eu peço a atenção do Sr. Presidente do Ministério.

O primeiro facto a que me quero referir é á resolução da questão chamada da Amadora.

Folgo, Sr. Presidente, que a disciplina se tivesse mantido, visto que ela é um dos elementos indispensáveis para a boa marcha da administração pública.

Ainda por essa mesma circunstância eu quero dizer duas palavras bastante breves.

O exército merece-nos a maior das considerações, até pela maneira sacrificada, sob o ponto de vista económico, em que se encontra, quando é certo que é para êle que costumamos apelar quando nos encontramos em sérias dificuldades.

Apoiados.

Temos, Sr. Presidente, encontrado nele sempre uma grande boa vontade na defesa da República.

Representa êle uma máquina bastante complicada, com diversos aparelhos; necessário é que êle se mantenha de forma a bem poder desempenhar a sua função para o que é necessário vigiar, de uma maneira geral, o seu funcionamento.

Vê-se que há rodas dentadas que não estão engrenadas. Estão a trabalhar por adesão. Posto que pareça extraordinário, êsse trabalho por adesão é conseqüência de um excesso de lubrificação que se faz muitas vezes para evitar atritos, mas de que resulta a formação de uma massa como que peganheta e é isso que dá lugar a êsse trabalho por adesão.

Para se pôr a roda que tem dentes, mas que não está engrenada, a funcionar no carreto é necessário que o motor tenha trabalho regular, que toda a máquina esteja em harmonia com o trabalho do motor e seu regulador.

Chamo a atenção do Sr. Presidente do Ministério para ver se o motor tem realmente a fôrça necessária para manter a máquina em andamento.

O segundo facto a que quero referir-me anda ligado à criação da Embaixada em Londres.

Sr. Presidente: quem pensar que a República se há-de impor, pelos seus métodos de rigorosa e absoluta moral, quem pensar que nesses métodos de moral está o princípio de se dizer sempre a verdade, muito embora vá ferir amigos, tem de