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Sessão de 11 de Junho de 1924 7

resolva com simplicidade. Desejo que se resolva com urgência, porque a situação é perigosa e grave.

O Orador: — Angola tem estado até agora sob um regime especial.

O Ministro apenas tinha uma levíssima interferência na administração da colónia.

Quere dizer, não tinha quási nenhuma interferência.

Portanto, a vida administrativa de Angola estava entregue a quem de direito. Era o Alto Comissário que tinha as faculdades de Poder Executivo. Por conseguinte, como V. Exa. compreende, não segui com a devida atenção, durante algum tempo, êste assunto, visto existir o Sr. Alto Comissário de Angola que tinha de tomar conta dele.

Agora vou estudá-lo e virei apresentar uma proposta de lei que deverá remediar, tanto quanto possível, a angustiosa situação em que se encontra Angola.

O Sr. Tavares de Carvalho: — V. Exa. não pode marcar um prazo para, durante êsse tempo, resolver êsse assunto?

Apesar de ser muito complicado, como V. Exa. diz e eu quero acreditar, não julgo que elo não possa ser resolvido em poucos dias. Tanto V. Exa., como o Sr. Alto Comissário e como a Associação Comercial do Pôrto têm pontos de absoluta concordância para a resolução dêste problema. São apenas pequenos detalhes de execução que é preciso estudar o concertar. Não me parece, portanto, que sejam precisos ainda outros dois meses para trazer à Câmara as medidas que resolvam êste estado de cousas, a fim de se pôr cobro também a boatos, que a demora de resolução até certo ponto possa justificar,

O Orador: — Até aqui não era eu que devia estudar êste assunto, devendo apenas acompanhar os estudos que se fizessem. Agora passo a fazer tudo emquanto não houver Alio Comissário.

Todos estavam convencidos de que o Sr. Norton de Matos voltaria para Angola. Temos, por isso, de enfrentar a situação tal como se apresenta.

O orador não reviu.

O Sr. João Camoesas: — Peço a V. Exa. que ponha em discussão o parecer relativo às conclusões votadas pelas Misericórdias do país, que se encontram numa situação angustiosa. Já vão decorridos quási dois meses sôbre a realização do Congresso das Misericórdias e ainda não se modificou a situação económica, antes se tem agravado dia a dia.

Nesta ordem de ideas peço a V. Exa. para tomar todas as providências necessárias ao cumprimento da deliberação da Câmara, de maneira que, o mais ràpidamente possível, o parecer mandado para a Mesa seja pôsto em discussão.

Espero que V. Exa. tome em consideração o meu pedido.

Desejo também ocupar-me de outro assunto.

Há mais de um mês apresentei um projecto de lei contendo várias disposições acerca da imprensa diária.

É preciso que o Parlamento mostre que não se subordina a qualquer coacção no sentido de se evitar a discussão daquele projecto.

Desejo tratar dêste assunto com a maior brevidade e parece-me que a Câmara só se prestigiará votando o projecto que eu tive a honra de apresentar.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — A ordem do dia está tomada inteiramente por vários assuntos, entre êles o negócio urgente sôbre o decreto dos juros da dívida externa.

Direi a V. Exa. que logo que puder ser serão postas em discussão as emendas a que V. Exa. se referiu.

O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: tive ocasião na última sessão de prevenir o Sr. Ministro das Colónias de que me desejo ocupar do empréstimo, negociado em Londres pelo Sr. Norton de Matos, com a Companhia dos Diamantes.

As condições dêsse empréstimo constam de um telegrama publicado em vários jornais. Pela sua leitura parece que se trata de uma excelente operação para a província de Angola. Parece, mas não é verdade. Há nesta questão do empréstimo com a Companhia dos Diamantes um mistério bem fácil, aliás, de decifrar. E que de tantas cousas más que o Sr.