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Sessão de 23 de Junho de 1924 7

Não quero atacar o Sr. Ministro da Guerra; mas não posso deixar de relembrar que é S. Exa. o verdadeiro culpado pela sua falta de maleabilidade e por falta 40 qualidades organizadoras.

Os factos são o que são e não nos podemos iludir.

Êste Parlamento pode votar uma amnistia mantendo o Govêrno que os mandou prender?

É êsse Govêrno que vem impor o perdão?

Tem havido sôbre a minha atitude várias atitudes que têm chegado à calúmnia.

Um dia recebi uma carta de um dêsses oficiais em que agradecia a minha acção no Parlamento. Foi essa a hora em que eu esqueci tanta calúmnia.

Estamos fartos de enigmas. E um dos enigmas foi a amnistia de 10 de Dezembro.

Apoiados,

É necessário que êste caso não fique um enigma porque é necessário saber quem é que está ligado a êste assunto!

Apoiados.

Não nos iludemos, Sr. Presidente, pois a verdade é que não há necessidade de amnistiar crimes quando os próprios amnistiados se revoltam contra a circunstância da amnistia.

Assim, Sr. Presidente, desde que eu estou autorizado por êles a declarar que se revoltam contra a circunstância da amnistia, evidentemente, que ela neste momento só poderá aproveitar a terceiros o não, a êles próprios, visto que êles, repito, não a desejam, pretendendo ao contrário o seu julgamento.

O seu julgamento, Sr. Presidente, aproveita a todos nós, pois a verdade e que bom é se não faça o mesmo que se fez com o 10 de Dezembro em que tudo ficou perfeitamente no esquecimento.

Interrupções do Sr. João Camoesas e António Maia que se não ouviram.

O Orador: — Sr. Presidente: eu encontro-me perfeitamente sereno; e, assim, devo dizer francamente que não compreendo até certo ponto a irritação do Sr. João Camoesas, tanto mais quanto é certo que S. Exa. se está revoltando contra o procedimento de um Govêrno onde estão representados companheiros seus.

Não, Sr. Presidente, isto não faz sentido!

Não se compreende que o Sr. João Camoesas seja mais sensível do que os próprios aviadores.

Para nós, Sr. Presidente, que desejamos que tudo se averigúe, é-nos indiferente que apareça um político, qualquer que se queira sobrepor a êsses próprios homens.

Não, Sr. Presidente, a verdade é esta.

Os erros do Govêrno determinam a revolta da Amadora (Muitos apoiados), e os políticos procuram esta ocasião para desfazer essa onda em revolta que existe contra êsse Govêrno.

Êste projecto, Sr. Presidente, pode parecer neste momento simplesmente o seguinte: um subterfúgio de que os políticos pretendem lançar mão para se livrarem das responsabilidades tremendas que assumiram.

Nestas condições, Sr. Presidente, eu pregunto a mim próprio se não haverá em todo o caso um meio a favor dêsses homens, que são companheiros dêsses dois valentes que acabaram de realizar uma daquelas emprêsas que só honram a Nação e que honraria a nação mais progressiva do mundo.

Muitos apoiados.

Será justo, Sr. Presidente, que êsses homens continuem presos e que não tenham ao menos a liberdade de ir para a rua associar-se a essas manifestações?

Creio que é de todo o ponto justo que êles venham para a rua associar-se a êsse grande feito, ficando, é claro, de harmonia com os seus desejos, sujeitos ao julgamento para se apurarem, as responsabilidades que possam ter.

Creio, Sr. Presidente, que haverá um meio de conciliar todas as opiniões e de prestarmos uma homenagem a êsses homens presos na Torre de S. Julião da Barra, que são na verdade, repito, os melhores entre os oficiais do exército português.

O facto, Sr. Presidente, de estarem presos nesta hora constitui uma verdadeira infâmia.

Eu, Sr. Presidente, juntamente com mais alguns colegas meus do Partido Nacionalista...

Vozes: — Todos, todos.