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32 Diário da Câmara dos Deputados

do regime alguém que tem direito à consideração de todos nós.

Apoiados.

O Sr. Presidente do Ministério já disse claramente à Câmara as razões por que eu abandonei a pasta do Comércio e Comunicações.

Por mais que o Sr. Vasco Borges queira, para tirar efeitos políticos, considerar-se, insuficientemente esclarecido, a verdade é que o caso o está, e de tal forma, que a oposição se deu por satisfeita, tendo tido até o próprio Sr. Cunha Leal uma atitude bem menos agressiva do que o Deputado da maioria, Sr. Vasco Borges.

O Sr. Vasco Borges pretende atribuir à minha saída do Govêrno características duma moção de desconfiança. Ora eu não saí do Govêrno por quaisquer desinteligências com colegas meus do Gabinete. Não. Saí porque, sendo eu dotado duma extrema sensibilidade política, me não presto fàcilmente a jogos políticos, principalmente quando aqueles que os pretendem fazer não têm a coragem de os fazer claramente.

Eu saí porque, havendo pendente da apreciação da Câmara, há quatro meses, ama proposta importante como é a das estradas, ainda até hoje, apesar das minhas instantes solicitações, não foi votada.

Saí porque, devendo a Câmara pronunciarão há muito tempo sôbre a reorganização do funcionalismo, ainda se não deu ao trabalho de o fazer.

O Sr. Vasco Borges errou quando disse que, da minha saída, se depreendia uma falta, de confiança.

O que não se compreende é a atitude duma maioria que manda para a mesa oito moções.

Apoiados.

Seria mais razoável que dissesse abertamente que o Govêrno não convém.

O Sr. Cunha Leal: — Eu gostava que V. Exa., com a sua voz autorizada, dissesse que a minoria mandou só uma moção.

O Orador: — De facto a minoria mandou só uma moção.

O que não pode ser é chegar-se ao ponto de se aproveitar a minha sensibilidade política para se dizer que fui eu que indiquei a queda do Govêrno.

Eu não deixo de reconhecer que o Govêrno tem trabalhado com energia moral (Apoiados) e com o princípio de autoridade nos termos mais honrosos, sem o baixo facciosismo político.

Apoiados.

O orador não reviu.

O Sr. Carlos Pereira: — Parece que não há dúvida, de que o Govêrno está morto.

Propositadamente quis falar hoje que tantas moções há. Não apresento nenhuma; pois quando isso sucede, ela só logra ter o meu voto. Hoje parece que todos se juntaram para dizer ao Govêrno: «Saia». O Govêrno não vai de baraço ao pescoço, pois se vê que soube manter o princípio da autoridade indispensável ao prestígio da República e do País.

O orador não reviu.

O Sr. Francisco Cruz: — Pedi a palavra para dar um conselho e não para atacar o Govêrno. Não costumo bater num morto; mas quero pôr bem em evidência aos olhos do país esta farça: — uma maioria que apoia o Govêrno e que apresenta oito moções de desconfiança.

Isto não é um partido é uma cousa rachada que precisa gatos, muitos gatos.

O orador não reviu.

O Sr. Abranches Ferrão: — Mando para a Mesa uma substituição às seguintes palavras da minha moção:

Substituição

As palavras da minha moção: «não tem conseguido», sejam substituídas por estas: «não reúne as condições indispensáveis para conseguir».— Abranches Ferrão.

Foi aprovada a substituição.

O Sr. Abílio Marçal: — Requeiro seja consultada a Câmara sôbre se consente a prioridade para á moção do Sr. .Carlos Olavo.

O Sr. Cunha Leal (sobre o modo de votar): — Antes de votar desejaria que o Sr. Presidente do Ministério se pronunciasse acerca das moções que estão na Mesa. Precisamos saber quais a que aceita