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6 Diário da Câmara dos Deputados

Ministério da Agricultura, que era a única entidade do Estado que podia informar devidamente, qual a produção de açúcar colonial necessária à metrópole.

Mandei então dizer para Moçambique que fôsse destinada ao consumo da metrópole a mesma quantidade de açúcar que o ano passado lhe tinha sido reservada.

Tinham sido 25:000 toneladas.

Foi essa a quantidade de açúcar que mandei reservar para a metrópole, podendo os agricultores dispor da parte restante da produção como entendessem.

Sendo o consumo da metrópole de 40:000 toneladas, faltam 10:000 toneladas, as quais são preenchidas pela produção do açúcar de Angola, que vem todo para a metrópole.

A produção de Angola anda por 15:000 a 20:000 toneladas.

O orador não reviu.

O Sr. Vitorino Mealha: — Sr. Presidente: no dia 22 dêste mês a guarda republicana, aquartelada em Silves, assassinou um homem e feriu várias crianças.

Não posso deixar do levantar perante o país o meu grito de protesto contra êsse facto.

Fui testemunha ocular dêsse assassinato praticado pela guarda republicaria.

Se porventura me insurjo contra as violências praticadas muitas vezes pelo povo contra a autoridade, não menos repulsa, ou até maior, sinto, quando essas autoridades, que têm obrigação de manter, a ordem, provocam desordem. É essa repulsa que faz erguer a minha voz bem alto, para energicamente protestar contra os desmandos da guarda republicana cometidos em Silves.

Êste facto veio relatado em todos os jornais desta capital.

Os factos relatados são absolutamente verdadeiros. Tudo quanto os jornais relataram é absolutamente verdadeiro. Não fui eu que os informei.

Foram cartas enviadas de Silves que trouxeram aos jornais o conhecimento do que se passou.

Assim, todos sabem que a guarda republicana, aquartelada em Silves, matou no dia 22 de Junho um homem e feriu várias crianças.

Nesse dia não era necessário manter a ordem. Várias pessoas dirigiram-se à estação do caminho de ferro de Silves a esperar os seus filhos que voltavam de várias terras, em virtude de por ocasião de uma greve terem sido albergados por associações que haviam demonstrado uma grande solidariedade humana.

Êsses pais, essas mães tinham pleno direito de receber os seus filhos na estação do caminho de ferro.

Pois negou-se-lhes êsse direito; e assim é que a fôrça armada, emboscada no talude de uma estrada, sem que houvesse qualquer motivo, qualquer provocação à fôrça, qualquer injúria, imediatamente matou um homem e feriu várias crianças.

Imediatamente me veio um grito de revolta, um grito de indignação contra os indivíduos que, tendo obrigação de manter a ordem, estão a provocar a desordem, cometendo crimes, assassinatos que não têm justificação.

Ao mesmo tempo que a Guarda Republicana cometia os crimes, sem motivo, prendia um operário, e êsse operário ainda está preso. Não é justo.

Não posso deixar de protestar; e chamo s. atenção do Sr. Ministro das Colónias mas, para transmitir as minhas considerações.

O Sr. Hermano de Medeiros: — Até atiraram sôbre crianças e fizeram pontarias baixas. Foi uma verdadeira torpeza.

Apoiados.

O Orador: — Eu peço que se faça um rigoroso inquérito.

O Sr. Velhinho Correia: — Apoiado.

Vozes: — Faça-se o inquérito...

O Sr. Hermano de Medeiros: — E a autoridade administrativa — demitida!

Vozes: — E o inquérito feito por magistrado alheio à política.

Apoiados.

O Orador: — Ainda bem que o Sr. Velhinho Correia também protesta.

Vozes: — Todos nós protestamos.

Apoiados.

O orador não reviu.