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Sessão de 27 de Junho de 1924 21

tiça, Domingues dos Santos, que é ao mesmo tempo nosso ilustre colega nesta Câmara; proponho, por isso, um voto de sentimento.

Apoiados.

O Sr. António Maria da Silva: — Sr. Presidente: associo-me, em meu nome e em nome dêste lado da Câmara, ao voto de sentimento proposto por S. Exa. pela grande dor que acaba de sofrer o ilustre Ministro da Justiça.

Relativamente à resposta do Sr. Barros Queiroz, devo dizer que da parte dos parlamentares, dêste ludo da Câmara só há um desejo, independente dos Govêrnos e das suas políticas: é que S. Exa. venha para o nosso seio, tanto mais que êle pode ser indicado com justo orgulho como um dos parlamentares mais brilhantes que temos, e com uma vida mais larga, de Deputada, além de muito ter contribuído para o advento da República,

Apoiados.

Desgostos tenho eu tido, e também muitos dos meus camaradas dêste lado da Câmara; muitas vezes o sofrimento vai além dos limites naturais, mas entendemos que nesta hora difícil — e basta pensar no que se tem passado aqui nos últimos dias — a ninguém é dado estabelecer a política de renúncia.

Eu podia não apoiar o Govêrno, como não apoiei, em muitos dos seus actos, mas não abandonei a Câmara, estando às vezes contra o meu Partido, porque entendo que acima de tudo estão os interêsses da República.

Apoiados.

Ora o Sr. Barros Queiroz teve sempre o seu Partido a seu lado, e viu que muitas vezes até as suas brilhantes considerações eram aprovadas por todos os lados da Câmara, prestando-se assim homenagem às suas brilhantes qualidades.

O que nós desejamos é que S. Exa. regresse ao seio desta casa do Parlamento, onde a sua falta é notada com pezar, por todos nós, o mais ràpidamente possível,

Apoiados.

Proponho, por isso, que a Mesa volte a insistir com o ilustre parlamentar, de forma a que S. Exa. fique com a íntima convicção de que todo o Partido Republicano Português deseja ardentemente que êsse nosso ilustre colega nos continue a honrar com a sua camaradagem.

Apoiados.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: se todos os republicanos, como muito bem acaba de dizer o Sr. António Maria da Silva, sentem com profundo desgosto a circunstância do Sr. Barros Queiroz se ter afastado do convívio de todos nós, o Partido Nacionalista, mais do que qualquer outro agrupamento político, sente e deplora a falta, do S. Exa.

Apoiados.

O Sr. Barros Queiroz é uma figura que se impõe à consideração do todos nós (Apoiados), e não é pessoa para mendigar homenagens.

Apoiados.

S. Exa. obedeceu a razões de ordem íntima, que todos nós compreendemos, embora lamentando u sua resolução.

É bom, porém, que haja um pouco de de reflexão sôbre as causas determinantes do seu afastamento dos trabalhos parlamentares.

O Sr. Barros Queiroz tem procurado sempre, através toda a sua vida parlamentar, engrandecer e prestigiar o Parlamento.

É nesse propósito S. Exa. esforçou-se, quer pessoalmente, quer pelo seu partido, a dar os Governos toda a colaboração para êles poderem levar a bom termo a sua missão.

Nestas condições, e dada a mentalidade do Sr. Barros Queiroz; o seu carácter e Q seu republicanismo, não é para Admirar que S. Exa. sentisse grande desgosto pela marcha da administração pública, negando-se a colaborar numa obra nefasta para o crédito da República.

A maioria, não querendo secundar o Sr. Barros Queiroz, encheu-o de desgôsto. Cora o seu procedimento, porém, adoptando uma política de tolerância, ajude-nos a maioria a convencer o Sr. Barros Queiroz do que não tem razão de ser o seu exílio.

Todos aqui o desejamos, e é preciso que todos criemos as condições dentro das
quais todos se sintam honrados por pertencer à nossa grei, por fazer parte do
Parlamento Português.