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Sessão de 6 de Novembro de 1924 25

tanto assim que o próprio Sr. Leonardo Coimbra numa conversa que comigo tevê se convenceu de que eu tinha razão.

Quanto às outras considerações feitas pelo ilustre Deputado Sr. Leonardo Coimbra, não me referirei a elas, por isso que entendo que, dizendo elas respeito a uma sindicância que está correndo, o melhor que há a fazer é esperar o resultado dêsse inquérito para proceder depois como fôr de justiça.

Tenho dito.

O orador não reviu.

Nem o Sr. Leonardo Coimbra, fez a revisão dos seus a àpartes.

O Sr. Homem Cristo: — Sr. Presidente: devo em primeiro lugar dizer a V. Exas. que é a primeira vez que assisto a uma sessão tam vergonhosa, e creio não ter precedentes nos anais parlamentares.

Disso o Sr. Ministro da Instrução que está correndo uma sindicância, è assim não sei que necessidade havia do Sr. Leonardo Coimbra vir para aqui confundir as cousas, como confundiu.

Parece-me que o mais razoável seria esperar pelos resultados dessa sindicância; porém, S. Exa., se assim o não fez, foi porque está convencido absolutamente das faltas graves que tem praticado. Nom de outra forma se pode explicar o facto.

A Câmara assistiu serenamente ao que aqui se acaba de passar, tendo-se chegado ao ponto de se empregarem até palavras insultuosas, sem se chamar o orador à ordem, o que aliás não admira visto tratar-se do Sr. Leonardo Coimbra.

Se o caso se dêsse comigo, seria diferente, não sendo aliás êstes casos para admirar, visto quê vivemos num país de ladrões.

Vozes: — Não pode ser, não pode ser!

O Sr. Presidente: — Não posso permitir que V. Exa. continue nesses termos.

O Orador: — O facto de eu dizer que vivemos num país de ladrões não quero dizer que todos sejam ladrões.

Vozes: — Não pode ser, não pode ser!

O Orador: — O que eu vejo é que a Câmara não quero que eu fale, naturalmente
porque não está disposta a ouvir as verdades.

Com tanta gritaria quási não posso falar; mas o que é certo é que só digo as verdades, e por isso não tenho medo de ninguém.

Os senhores protestam, quando o seu dever era aplaudir-me.

Dizendo o que tenho dito, faço-o porque estou no uso legítimo da minha defesa.

O Sr. Leonardo Coimbra veio para aqui tratar dêste caso, e não são estas questões que fazem com que a República seja considerada.

Àpartes.

O Sr. Leonardo Coimbra fartou-se de faltar à verdade, e só veio trazer aqui o caso desta sindicância para satisfazer o seu ódio pessoal.

Àpartes.

Nesta Câmara quási todos são homens de leis, mas parece que acham bem que viesse para aqui o assunto duma sindicância que está correndo!

Apartes.

V. Exas. todos são contra um homem só, mas eu sinto-me porém à vontade, porque digo as verdades.

Os senhores são na verdade os homens desta situação.

Àpartes.

Vozes: — Sr. Presidente: isto não pode continuar. Fora, fora!

Uma voz: — Sr. Presidente: V. Exa. tem que lhe retirar a palavra.

Grande agitação na sala.

Alguns Srs. Deputados aproximam-se, do orador.

O Orador: — O Sr. Deputado que mo antecedeu no uso da palavra disso tudo quanto quis, sem protestos de ninguém.

Em tudo que tenho dito tenho inteira razão.

O Sr. Leonardo Coimbra veio para aqui referir cousas que constam dos jornais que redijo.

Àpartes.

Quere dizer: êle leu tudo, absolutamente tudo, e está tam ferido que aproveitou os ódios que há nesta Câmara contra mim para poder resolver neste meio uma quês-