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Sessão de 28 de Novembro de 1924 27

S. Exa. é um magistrado correcto e honrado. E mais nada.

Vozes: — Isso chega.

O Orador: — Não chega. É necessário ter inteligência e S. Exa. tem-na, mas é preciso ser radical e S. Exa. não o é.

Na pasta das Finanças está o Sr. Pestana Júnior. Eu sou amigo de S. Exa. e sei que é um homem inteligente.

Conheço a defesa que tem feito da sua ilha da Madeira; mas — por amor de Deus! — depois de termos visto e ouvido sôbre finanças os super-homens das finanças pregando a valorização do escudo, como no discurso que pronunciou o Sr. Velhinho Correia na sua conferência no teatro Nacional, eu pregunto em que conhece a opinião pública como financeiro o Sr. Pestana Júnior?

Disse o Sr. Sá Pereira que já uma vez S. Exa. por causa de um tio fez fincapé para vencer o Sr. Bernardino Machado e para vencer o Sr. Bernardino Machado é necessário ser duas vezes Bernardino Machado.

Se isso é condição para ser Ministro das Finanças, já não servem aquelas velhas praxes necessárias no recrutamento de homens para formarem ministério.

Mas então deve ser verdade o que disse o Sr. Vasco Borges: — que S. Exa. foi um remendo deitado no Ministério, quando a certa altura da crise, havendo dificuldades em conseguir Govêrno, se alvitrou que ficasse S. Exa. no Govêrno com todas as pastas e depois se encarregasse de formar o Govêrno.

Uma voz: — Não é verdade.

O Orador: — Aos Srs. Ministros da Guerra e da Marinha direi, como já o tenho afirmado, que as suas pastas as considero neutras.

Do Sr. Ministro da Guerra, de quem tenho a amizade, já tive ocasião de conhecer o carácter, a inteligência e as suas faculdades de trabalho e honradez.

A S. Exa. dirijo os meus cumprimentos.

Eu conheço muito bem o Sr. Helder Ribeiro, distinto oficial e que foi meu colega num Ministério; mas nunca, o conheci radical.

Aqui está outra incoerência do Ministério, pois S. Exa. é do partido do Sr. Álvaro de Castro, que não é radical.

Estou certo de que o Sr. Presidente do Ministério me dará a honra duma resposta; e, então, eu hei-de ver se desmente o seu passado.

O Sr. Ministro dos Estrangeiros radical?

Só se foi por desejar ligar o Brasil a Portugal.

S. Exa. que é um intelectual, afastado-há tempos da política, que só se dedicava, às letras e que há pouco esteve no Brasil e na Grécia, aparece-nos agora como radical.

O Sr. João de Deus Barão s, que há muito me honra com a sua amizade, é um homem honrado, que herdou um nome dum homem que toda a gente amou e admirou.

Apoiados.

Como se apresentam, êstes dois Ministros radicais?

Eu desejava estar no cérebro do Sr.. Presidente do Ministério para saber o que dizia o seu sorriso.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (José Domingues dos Santos): - Pois V. Exa. certamente se engana no que supõe.

O Orador: — O que eu penso é que V. Exa. dirá: - essa obra não é minha.

O Sr. Sousa Júnior que em conferências públicas afirmou que estava afastado da política, que só se dedicava às obras do porto de Leixões, que só pensava em guindastes, guindastes, guindastes, foi guindado agora a êsse lugar, e como radical.

Com que saudade o encaro S. Exa. foi meu companheiro de trabalho nesta Câmara, naquele tempo de ilusões em que nós supúnhamos que justiça seria feita a todos os que produzem.

S. Exa. porém, Sr. Presidente, cansou-se, queimou os miolos nas variadas comissões desta casa do Parlamento e conheceu dentro em pouco, a inutilidade do seu esfôrço, porque nos Governos só está quem a maioria quere e quem ela não quere é votado ao ostracismo.

S. Exa. quási sem querer e sem se sentir foi inscrever-se na Seara Nova, na-