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Sessão de 12 de Janeiro de 1925 11

defensor os apresentou; como escola da filosofia política da tradição e como corrente doutrinal e sob êste primeiro aspecto não podemos deixar de reconhecer a sua alta importância na administração do país.

Quero referir-me, Sr. Presidente, aos estudos interessantíssimos feitos por António Sardinha acêrca do municipalismo em Portugal porque ele foi por assim dizer o cavaleiro andante desta questão.

Não quero abusar da paciência da Câmara e perante os cadáveres dos extintos eu me inclino, porque se dentro dêsses cadáveres viveram almas que tiveram paixões e defeitos, da mesma época são aqueles que ficam, e os nossos espíritos, neste momento, conjuntamente, sentem-se tocados pela mesma dor.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Viriato da Fonseca: - Em nome da Acção Republicana associo-me aos votos de sentimento propostos por V. Exa. pelo falecimento dêsses cidadãos que, mi-litando em partidos diversos, souberam sempre honrar o nome português; por isso todos nós compungidamente nos associamos à homenagem que à sua memória hoje presta esta Câmara.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Leal: - Em nome do Partido Nacionalista, Sr. Presidente, associo-me aos votos de sentimento propostos por V. Ex.a

Alguns dos falecidos não eram republicanos, mas eram portugueses que honraram a sua Pátria, por isso é de justiça a homenagem da Câmara dos Deputados à qual eu e o meu partido nos associamos comovidamente.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Abranches Ferrão: - Em nome dos Deputados independentes associo-me aos votos de sentimento propostos por V. Exa. porque todos aqueles, cuja memória nós hoje exaltamos, prestaram o seu trabalho e o seu concurso para o bem do País e dignos são das homenagens que lhes prestamos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Plínio Silva): - Sr. Presidente: em nome do Govêrno associo-me ao voto de sentimento proposto por V. Exa. Não obstante quatro dos falecidos não militarem no meu partido, não posso com justiça deixar de reconhecer que foram alguém na terra portuguesa.

António Sardinha era alguém que tinha um pouco daquela audácia que acompanha as concepções elevadas, e porventura a preocupação estranha de encarar certos acontecimentos e factos por forma diversa daquela a que estamos habituados. Mas a verdade é que tudo isso representava manifestações do seu invulgar talento e neste momento da sua vida êle era, sem dúvida, uma esperança de que havia de ocupar uma posição ainda mais brilhante nas letras portuguesas.

O Sr. Melo e Sousa também foi alguém na nossa terra e eu não posso deixar de, com sinceridade, sentir o seu desaparecimento.

Consagrou a sua vida a trabalhos do mais alto valor, quer no campo económico, quer no campo financeiro - e V. Exa. não estranhará que eu me refira a ele com particular carinho porque, estando à frente da Administração dos Caminhos de Ferro Portugueses, ele empregava a sua actividade num ramo da vida nacional a que há dois anos já consagro também o meu esfôrço.

O Sr. Aníbal Soares, intransigente adversário da República, merecia contudo todo o nosso respeito e pelo seu passamento o Govêrno confessa também a sua mágoa, associando-se aos votos de V. Exa.

O Sr. Almeida Garrett, a quem já vários oradores fizeram referências, era, na verdade, um grande vulto e por isso, em nome do Govêrno, eu confesso também que profundamente sentimos a sua perda, assim como a morte do irmão do ilustre Deputado Sr. Custódio de Paiva.

Terminando, eu poderei afirmar que os quatros primeiros nomes a que me referi eram os de quatro pessoas, cujo desaparecimento constitui uma falta grande para o nosso País.

Os monárquicos perderam, sem dúvida, quatro dos seus mais valiosos correligionários. Nós, os republicanos, perdemos também quatro vultos que muito serviram de incitamento às nossas opiniões e nos