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Sessão de 23 de Janeiro de 1925 15

quer cousa que fala mais alto que o número: são os argumentos e êsses não os têm V. Exas.

Muitos apoiados.

Pois que nos esmaguem; mas no fim de nos esmagaram alguma cousa ficará: será a memória dum grupo de rapazes, de portugueses e de republicanos que souberam lutar com brilho.

Muitos apoiados.

O Sr. Américo Olavo (interrompendo): - Em regime democrático só o consenso da maioria vale.

O contrário estará bem para quem não tem princípios republicanos.

V. Exa. sabe que eu posso dizer isto com alguma autoridade.

Vozes: - Bem se vê! Provoquem, provoquem!

O Sr. Francisco Cruz (em àparte): - Deve-se distinguir sempre a qualidade da quantidade...

O Sr. Américo Olavo: - Eu falo com toda a autoridade em democracia e oxalá que todos os que proferem essa palavra tivessem tanta autoridade como eu.

O Orador: - O número vence mas, por vezes, não convence.

Se eu, Sr. Presidente, necessitasse para isso de invocar a opinião autorizada de alguém, bastaria citar-lhes a opinião mais que autorizada do velho e honrado republicano Sr. Jacinto Nunes, lendo-lhes a carta que hoje vem publicada no jornal O Século.

O Sr. Francisco Cruz (interrompendo): - É provável que lhe chamem agora talassa.

O Sr. Américo Olavo: - Na verdade, o Sr. Jacinto Nunes é uma pessoa respeitável e considerada por todos; mas tem uma opinião puramente pessoal.

O Orador: - Como todas as opiniões.

O Sr. Américo Olavo: - O facto é que se trata de uma opinião pessoal.

O Orador: - E a opinião de um homem por quem todos nós devemos ter respeito e até veneração.

Apoiados.

O facto é que o Govêrno, se bem que tenha a fôrça que lhe dá o número de votos, não deixa por isso de estar fora da razão e da justiça.

Torna-se, Sr. Presidente, necessário que haja o maior respeito pela lei, pois de contrário mal irá para a República e para o País.

E preciso que haja o máximo respeito pela lei. Nesta questão queremos apenas definir a nossa atitude, e nada mais, ficando á maioria a responsabilidade dos seus actos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Os Srs. Deputados que aprovam o requerimento feito pelo Sr. Velhinho Correia queiram levantar-se.

Está aprovado.

O Sr. Pedro Pita: - Requeiro a contraprova.

Nesta altura levantam-se protestos, repetindo-se as manifestações ruidosas nas bancadas da oposição nacionalista.

O Sr. Presidente: - Em virtude da sessão não poder prosseguir, marco a próxima para o dia 2 de Fevereiro, à hora regimental, com a mesma ordem.

Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 40 minutos.

Documentos enviados para a Mesa durante a sessão

Projectos de lei

Do Sr. Pinto Barriga, revogando a lei n.° 1:545, artigo 2.°, e todos os decretos que se publicarem ao abrigo dessa lei, depois de 23 de Janeiro de 1925.

Publicado no "Diário do Governo", volte para ser admitido.

Do Sr. Ribeiro de Carvalho, regulando a exportação do vinho nacional, engarrafado, e o valor do respectivo sêlo.

Para o "Diário do Governo".