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Sessão de 2 de fevereiro de 1925 15

tão das transferências modificou-se para melhor.

Actualmente, não tenho recebido um único protesto dos exportadores sôbre a questão das transferências.

As obrigações que mandei emitir não foram para acudir ao comércio, foram, unicamente, para pagar dívidas que eram de inadiável satisfação, sob pena dos Caminhos de Loanda e outros empreendimentos paralisarem.

Julgo ter praticado um bom serviço ao meu País e ter afastado pelo menos, durante algum tempo a crise tremenda que ameaçava Angola.

Submeti ao Parlamento uma proposta de financiamento de Angola. Nesta encontra-se delineado o modo de ver do Govêrno.

A Câmara compete dar os poderes necessários para o Govêrno, dentro de seis meses, satisfazer os compromissos daquela província, satisfação, aliás, que já feri reconhecida pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.

Não quere a Câmara que eu continue na modéstia da minha acção, mas na vastidão dos meus bons propósitos, a prestar dentro da pasta das Colónias aqueles serviços que julgo absolutamente indispensáveis?

Está na mão da Câmara o indicar-me o caminho, na certeza de que, em dois meses, a única colónia deficitária que temos hoje é a de Angola.

Os últimos telegramas chegados do Timor dizem que mercê das instruções que dei, e outras da iniciativa do governador, aquela colónia se encontra equilibrada.

Levarei ao menos, gostosamente, a satisfação de ter feito alguma cousa, que será o início de uma acção fecunda nas nossas colónias.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

Ao terminar, o Sr. Ministro das Colónias, o seu discurso, das galerias são soltados avivas à República, seguidos de várias manifestações.

Alguns Srs. Deputados protestam, pedindo ao Sr. Presidente a interrupção da sessão.

O Sr. Presidente interrompe a sessão, sendo, seguidamente, evacuadas as galerias.

Eram 17 horas e 20 minutos.

O Sr. Presidente: - Está reaberta a sessão.

Eram 18 horas e 25 minutos.

O Sr. Joaquim Ribeiro (para explicações): - Desde há muito pouco tempo, que é a segunda vez que as sessões desta Câmara são interrompidas pelo procedimento de alguns díscolos introduzidos nas galerias.

V. Exa., Sr. Presidente, do alto lugar que ocupa tem de procurar todos os meios para pôr cobro a factos desta natureza.

Foi com profunda mágoa que hoje vi repetir as desordens nesta sala, sob todos os pontos de vista lamentáveis, que desprestigiam o Parlamento, a República e até a pessoa de V. Exa., porque, nesse elevado lugar, V. Exa. tem de usar todos os meios para manter a ordem.

Devemos uns aos outros o mútuo respeito, e não podemos consentir que os trabalhos do Parlamento, sob qualquer pretexto ou ensaios feitos por alguém (apoiados), sejam perturbados.

Lembro-o a V. Exa., Sr. Presidente, sem que nas minhas palavras queira argui-lo ou acusá-lo. Elas têm o único intuito de desejar ver tomadas as necessárias medidas, para que nunca mais alguém se levante fazendo barulho, sem ter direito para isso.

Espero, pois, e comigo toda a Câmara, que não mais se repita o que hoje aqui se passou.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Cunha Leal: - Lamento profundamente que não estejam nas galerias as mesmíssimas pessoas que ainda há pouco lá estavam, antes da sessão ser interrompida, e levantaram gritos, porque queria fazer diante delas aquelas palavras que vou agora proferir, na ausência dalgumas.

O que hoje se passou aqui foi uma comédia mal ensaiada.

Apoiados da direita.