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Sessão de 2 de Fevereiro de 1925 17

O Orador: - Quem está a falar é o Deputado (Apoiados), não é monárquico, nem republicano.

Apoiados.

São os seus sentimentos do honra e de homem digno, que muito preza a honra alheia.

Se fôsse um Govêrno de correligionários meus, eu diria o mesmo.

Vozes: - Ora, ora.

O Orador: - É um protesto de homem de brio e de honra, e que muito preza a honra dos outros.

Muitos apoiados.

O orador não reviu.

O Sr. Manuel Fragoso: - Sr. Presidente: não é hoje a primeira vez que ou me insurjo contra a intervenção das galerias.

Apoiados.

Já de outra vez o fiz quando elas se manifestaram, e então a meu favor.

Apoiados.

Nós temos que destrinçar nas manifestações das galerias. Eu compreendo que o público se manifesto se ouvir qualquer cousa que fira a República, mas não desculpo manifestações talhadas lá fora como esta.

Apoiados.

Aqui dentro estão representantes da Nação que são o verdadeiro povo, que é preciso respeitar; e é contra isto que eu me revolto. (Apoiados). Não vou averiguar donde partiu a manifestação, mas evidentemente ela partiu dos amigos do Govêrno. Não vou repetir o que disse o Sr. Carvalho da Silva, mas de facto o Govêrno assim não se aguenta, querendo obrigar homens do brio e pundonor a votarem aquilo que êle quiser.

Neste país, onde há tanta cobardia e que por isso muitos julgam que podem mandar, se há politicamente fracos, há moralmente fortes.

Muitos apoiados.

O orador não reviu.

O Sr. Amadeu de Vasconcelos: - Sr. Presidente: creio que na Câmara nunca faltei aos deveres impostos pelo Regimento, nem à consideração e respeito pessoal que devo ter pelos meus colegas nesta Câmara, tendo sempre acima de tudo procurado pelos meus esfôrços dignificar esta assemblea legislativa. E por isso protesto indignadamente contra a manifestação das galerias tantas vezes repetida nesta casa.

Não foi porém só para isto que pedi a palavra: foi para repelir a insinuação do que o que aqui acaba do passar-se tinha sido provocado por amigos do Govêrno.

Vários àpartes.

O Orador: - Os amigos do Govêrno não precisam apelar para as galerias (Apoiados) nem tam pouco precisam de ir buscar reforço onde quer que seja para defender a obra que o Govêrno se propôs realizar.

Da mesma maneira quero lavrar o meu protesto, o mais enérgico, contra a afirmação aqui feita de que o Govêrno é cúmplice senão autor da manifestação das galerias.

Atribuir ao Govêrno a responsabilidade do que se passou, há pouco, nas galerias desta Câmara, sem paralelamente apresentar provas, nem mais nem menos que provocar a repetição de scenas como as já dadas, pela justificada revolta que tal procedimento deve provocar.

O Sr. Francisco Cruz: - V. Exa. é muito inocente.

O Orador: - Não sei se sou ou não inocente, o que sei é que assumo a responsabilidade do que digo.

Se eu tivesse a certeza de que a manifestação das galerias fora feita por ordem do Govêrno, eu seria o primeiro a levantar o meu protesto contra o Govêrno.

Trocam-se numerosos àpartes.

O Sr. Pedro Pita: - Houve quem pedisse sessenta bilhetes duma assentada. Vinte para cada galeria.

O Orador: - Eu não pedi um único bilhete.

Pelo Sr. Presidente da Câmara tenho a maior das considerações e tenho a certeza de que S. Exa. foi por completo alheio a tudo, mas sei que só S. Exa. poderia ser chamado à responsabilidade do que se passou.