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8 Diário da Câmara dos Deputados

que era necessário criarem-se verbas especiais. E assim criou-se o fundo de viação e turismo, etc.

Mas, devido ás aflições cantantes dos Ministros das Finanças, estas receitas só com os esfôrços titânicos dos Ministros do Comércio lho são entregues pouco a pouco, porque de direito elas lhe pertencem.

Como S. Exa. deseja, devem estudar-se os problemas com n máxima atenção para, quando chegarmos a altura do os atacar, não ficarmos na situação de não os podermos resolver, quando é certo que files interessam à nacionalidade.

Resta-me dizer a S. Exa. que tenciono nomear uma comissão, como fiz para a Póvoa de Varzim, para estudar o assunto.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à ordem do dia. Está em discussão a acta. Se ninguém pede a palavra, considero-a aprovada.

Pausa,

Foi aprovada a acta, sem discussão.

Deu-se conta do expediente que dependia da resolução da Câmara.

Foram admitidos os seguintes projectos de lei em segunda leitura:

Do Sr. Tôrres Garcia, tornando extensivas à Câmara Municipal de Coimbra as disposições estabelecidas para a de Lisboa no artigo 72,° e parágrafos do decreto n.° 8:437, de 21 do Outubro do 1922.

Para a comissão de administração pública.

Do mesmo para que sejam extensivas à Biblioteca Municipal de Coimbra as regalias concedidas à do Pôrto e à Popular de Lisboa pelos artigos 89.° o seguintes do decreto-lei n.° 5:018, de 10 de Maio de 1919.

Para a comissão de administração pública.

ORDEM DO DIA

O Sr. Presidente: - Continua em discussão o negócio urgente do Sr. Pedro Pita.

O Sr. Sousa da Câmara: - Sr. Presidente: tenho pena de que o Sr. Presidente do Ministério não esteja presente e não assista a esta discussão, e tenho pena, Sr. Presidente, porque afinal o assunto relativo a êste pedido de negócio urgente prende-se certamente mais com S. Exa. do que com o Sr. Ministro da Agricultura.

S. Exa. ontem, estranhou todos os factos que se passaram em relação ao preço do pão e farinhas, dizendo que desconhecia por completo tudo o que havia a êste respeito.

Mas não se compreendo que um negócio de tanta monta e importância seja completamente desconhecido pelo Sr. Presidente do Ministério. Demais, eu sei que êstes assuntos são habitualmente levados a Conselho de Ministros.

Estou convencido, pois, do que o Sr. Ministro da Agricultura o levou ao Conselho, o, portanto, o Sr. Presidente do Ministério não devia, como não podia, deixar de saber do que se tratava.

Só há responsabilidades porque as há, e muito graves - neste assunto, estou certo de que se devem quási exclusivamente ao Sr. Presidente do Ministério.

Lastimo ver o Sr. Ministro da Agricultura, pessoa culta e inteligente, que, por índole e educação, não podia ser um radicaleiro, colaborando nos radicalismos do Sr. José Domingues dos Santos. Recordo-me agora até de que num livro de S. Exas., A Riqueza Nacional, se afirma que as nossas leis se ressentiam dos radicalismos sociais. Quero dizer, era S. Exa. o próprio a confessar que as nossas leis, o sobretudo as do fomento, se ressentiam, na verdade, dos radicalismos sociais. Mas, Sr. Presidente, então não se compreendo bem esta junção do Sr. Ministro da Agricultura ao actual Govêrno, tanto mais quanto é certo que êle assim é obrigado por vezes a lançar mão de processos que condena.

Em uma entrevista que S. Exa. concedeu ao Diário de Lisboa, cita-se o preço do trigo exótico, que chega a Lisboa ao preço de 353 xelins a tonelada. Foi da entrevista que retirei os números que ontem tive ensejo de apresentar.

Vou hoje ser um pouco mais minucioso e apresentar números para que se verifique que não afirmo nada que se não possa provar. Escuso de reportar-me aos números que já apresentei. As existências que constavam, pelo manifesto que a 22