O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14 Diário da Câmara dos Deputados

que não podemos governar, ir-nos-hemos embora, mas não saïremos daqui perante a desordem de fora ou de dentro do Parlamento. Entendamo-nos!

Tenho dito tantas vezes estas palavras, mas não as querem entender!

Êste Govêrno não é inimigo de ninguém, mas parece que há o propósito firme de conduzir o povo à desordem. Ameaça-se e prevêem-se acontecimentos tétricos. Ora pregunto se desde que êste Govêrno está no Poder, tem havido desordens ou atentados!

Apoiados.

O Govêrno tem afirmado, desde que está nas cadeiras do Poder, que não concorda com os atentados pessoais.

Porventura já houve mais ordem em Portugal do que desde que êste Govêrno está no Poder?

Há então o direito de apontar êste Govêrno como cúmplice de qualquer desordem?

Ah! é o interêsse oculto de provocar a desordem, para tornar o Govêrno responsável por ela!

Garanto a V. Exa. que, emquanto eu fôr Ministro do Interior, hei-de manter a ordem contra tudo e contra todos.

Apoiados.

Nem me assustam os manejos daqueles que, na sombra, procuram levar o povo para a revolta, nem as palavras de ameaça que aqui têm sido proferidas.

O Sr. Cunha Leal julga-se ameaçado?

Pode estar perfeitamente tranqüilo e ir para sua casa absolutamente descansado, porque eu respondo pela sua vida.

Tenham todos os seus nervos tranqüilos e não se perturbem com ameaças que não existem.

Quero dizer a V. Exas. que não praticarei violências de nenhuma espécie, mas que seguirei no cumprimento da lei, até o fim.

Apoiados.

Há porventura uma diferença entre êste Govêrno e a maior parte dos Governos passados.

É que emquanto êsses Governos eram fortes para os pequenos, nós queremos ter a coragem de ser fortes contra os grandes.

Queremos impor a ordem de cima para baixo, e aqueles que pelo facto de serem
ricos se julgam no direito de se revoltar contra o Estado têm de ver que nestas cadeiras estão homens que não se encontram dispostos a transigir com os seus impetos ou a atender aos seus caprichos.

Sr. Presidente: esta atitude, que é de firmeza, de coragem e de serenidade, o Govêrno a manterá.

Tenho dito.

O Sr. Pedro Pita (sôbre o modo de votar): - Requeiro que o requerimento do Sr. Ministro das Finanças seja dividido em duas partes: numa a urgência e noutra a dispensa do Regimento.

Consultada a Câmara, resolveu afirmativamente.

Foi aprovada a urgência.

O Sr. Presidente: - Vai votar-se a dispensa do Regimento.

O Sr. Pedro Pita (sôbre o modo de votar): - Requeiro votação nominal.

Foi aprovada.

O Sr. Presidente: - Vai proceder-se à chamada.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Aprovaram a dispensa do Regimento 81 Srs. Deputados e rejeitaram-na 34.

Está aprovado.

Disseram "aprovo" os Srs.:

Abilio Correia da Silva Marçal.
Adolfo Augusto de Oliveira Coutinho.
Adriano António Crispiniano da Fonseca.
Albano Augusto de Portugal Durão.
Alberto Carneiro Alves da Cruz.
Alberto Ferreira Vidal.
Alberto da Rocha Saraiva.
Alberto Xavier.
Albino Pinto da Fonseca.
Alfredo Ernesto de Sá Cardoso.
Alfredo Rodrigues Gaspar.
Álvaro Xavier de Castro.
Amadeu Leite de Vasconcelos.
Américo Olavo Correia de Azevedo.
Américo da Silva e Castro.
Aníbal Lúcio de Azevedo.
António Abranches Ferrão.
António Alberto Tôrres Garcia.
António Albino Marques de Azevedo.