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Sessão de 5 de Março de 1925 29

Mas, como, isto não convém a muita gente, e, em especial, aos monárquicos...

O Sr. Carvalho da Silva (interrompendo): - Nós nunca fomos contra a melhoria cambial, nem contra a sua estabilização, mas. desde que qualquer destas duas cousas nos pareça firme, o que até agora não sucedeu, nós não sabemos ainda qual será o resultado da actual melhoria cambial, nem onde iremos parar quando se esgotar ou deminuir o stock de cambiais que hoje existo.

O Orador: - Eu peço aos poucos Srs. Deputados que tiveram a coragem de me estar ouvindo até agora, a fineza de lixarem esta conclusão: que a nossa balança económica está equilibrada.

Mas, apesar das nossas exportações não terem deminuindo e das nossas importações serem sensivelmente as mesmas, o que prova que a nossa balança comercial se não alterou, a despeito da melhoria cambial, ou sou de opinião que se devia proibir a importação de certos produtos pois que, como V. Exas. vão ver dos números que vou ler, as nossas importações são bastante exageradas.

Leu.

Mas o que é facto é que a nossa balança tem compensações.

O Sr. Morais Carvalho (interrompendo): - E o que V. Exa. ainda não demonstrou...

O Orador: - Tenho a demonstração completa na estabilização do câmbio.

O Sr. Morais Carvalho: - Se o Estado não tivesse interferência, estava de acordo.

O Orador: - Além de ter o câmbio estabilizado, tenho a certeza da vinda de produtos do fora, do Brasil, etc., e das colónias, e 40 milhões do libras do estrangeiro cujo rendimento vem para Portugal, além dos invisíveis.

V. Exa. tem alguma dúvida de que a nossa balança económica esteja estabilizada?

O Sr. Morais Carvalho: - Tenho.

O Orador: - Temos, além disso, um cambio estabilizado.

O Sr. Presidente: - V. Exa. quere ficar com a palavra reservada?

O Orador: - Sim, senhor.

O orador não reviu.

Antes de se encerrar a sessão

O Sr. Presidente: - Vai entrar-se no período do antes de só encerrar a sessão.

Tem a palavra o Sr. Carvalho da Silva.

O Sr. Carvalho da Silva: - Há dois ou três dias, uma correspondência de Paris referia-se a uma viagem do director geral de tesouraria, o até a uma entrevista, na qual se fala em pagamento de juros das obrigações dos tabacos que estivessem na mão do portadores franceses.

Desejava que o Sr. Presidente do Ministério me dissesse o que pensa sôbre o caso, se vai alterar por alguma forma o pagamento do juros dos títulos dos tabacos na mão dos portadores franceses, e sua amortização, sôbre o que legislou o Sr. Álvaro do Castro.

Desejaria que S. Exa. me dissesse o que pensa, porque, quando da discussão do Orçamento, preciso de ter os dados necessários para conhecer a situação financeira do Estado.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Vitorino Guimarães): - Tenho a declarar ao Sr. Carvalho da Silva que o meu antecessor e o Sr. Ministro dos Estrangeiros tinham tratado do assunto. O Sr. director geral de Fazenda Pública é esporado em Lisboa e só então poderei informar V. Exa. acerca do que terei de fazer.

O Sr. Morais Carvalho: - As informações solicitadas já não são precisas para a discussão da proposta de que nos estamos ocupando.

O Sr. Dinis da Fonseca: - Sr. Presidente : desejo em poucas palavras chamar a atenção do Sr. Ministro do Trabalha para uma pequena reclamação que me parece urgente e inteiramente justa.