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10 Diário da Câmara dos Deputados

Desculpem. V. Exas. só me estou referindo a casos talvez muito ligados com a minha pessoa, mas sou levado a lazer a minha exposição por esta forma.

Fui durante quatro m PUC s Alto Comissário em Angola e necessito marcar posições.

Quando fui tomar posso, ou já não era um principiante em actos dessa natureza, nem mesmo um amador, de maneira que só expus aquilo que quis o observei tudo quanto pude.

O que é que se observa num acto de posse?

Os amigos que nos acompanham, o funcionalismo oficial qnue por obrigação compareço ao acto e algumas pessoas que andam neste mundo num anseio de fazer alguma cousa. Mas ao lado dêstes - por amor de Deus! - alguns estilo habituados a estar sempre na cauda de todos, de todas as bichas e então venha um actozinho de posse para pelo menos ficarem na cabeça.

Outros vão ao acto de posso para se constituírem examinadores ou outro para descobrirem uma fresta para conseguir satisfazer a sua ambição.

É por causa destas pessoas que muitas vezos nos impedem de obter aquilo que se procura na realidade que são interêsses para o País.

Sr. Presidente: estamos em vésperas de ser nomeado um Alto Comissário para a província de Angola, o por isso vou citar qual era o meu moio do trabalho em Lisboa.

Vejamos o meu gabinete.

Vivi as primeiras horas num gabinete muito amavelmente emprestado pelo Ministério das Colónias onde estive apenas dois ou três dias, passados êsses dias fui transferido para outro gabinete na Rua da Prata que também me foi cedido temporariamente para poder trabalhar.

Nesse gabinete não tinha nada, não tinha funcionários, não tinha expediente, nem podia corresponder-me com ninguém, enfim não tinha direito absolutamente algum.

Em Lisboa entende-se que o Alto Comissário não tem funções nenhumas.

Isto é um absurdo.

Em primeiro lugar, desde que é nomeado, tem imediatamente a responsabilidade do futuro da colónia que representa e, só tem responsabilidades, tem de fazer um estudo e trabalho preparatórios.

V. Exas. não calculam o que é o trabalho do Alto Comissário em Lisboa.

V. Exa. não imaginam, por untura o que se tem de receber, do registrar?

V. Exas. imaginam o que é a vaga dos pretendentes, enfim, do todos aqueles que neste País desejam uma porta aborta para irem para as colónias, já pela nossa crise, já por quererem servir o seu País?

E, ainda dentro dêste capítulo há um caso interessante.

Aqueles que estão à fronte duma emprêsa arrumada pedem para ir para as colónias, para voltarem costas a essa empresa.

E ainda temos aqueles que nos apresentam planos de fomento para circunscrições onde nunca estiveram.

Recordo-me de um que apresentou um relatório dum plano do fomento numa circunscrição, êle que nunca esteve nas colónias, que punha como uma das principais medidas a destruição do crocodilo para favorecer a navegação no interior.

E temos ainda outro grupo, o de aqueles que nos escrevem cartas interessantes, nos seguintes termos: "agradeço" V. Exa. o lugar tal pura o qual sei que fui ontem nomeado etc.

É uma maneira audaciosa do lembrarem o seu nome, e ver, assim, se conseguem arranjar um lugar,

Eu, como V. Exas. calculam, tenho os documentos respectivos que são muito interessantes, e que não sorvem para a História porque os nomes que os assinam são de pessoas que não figurarão nunca em história nenhuma.

Sr. Presidente: há ainda uma outra vaga tremenda, de que ou tive de receber o embate; é a dos credores, cujo direito eu tive de respeitar, porque ao menos êsses já tinham auxiliado a colónia.

Recebia as cartas o ofícios, respondia-lhes, recebia-os de manhã, à tardo ia fazer várias démarches ao Ministério das Colónias, e recebia-os de tarde para saberem o resultado dessas démarches etc.,

Mas, no emtanto, teve uma enorme vangem essa vaga, porque muitos elementos foram fornecidos pelos nossos credores, dando-nos assim uma maneira de verificarmos um pouco as nossas contas.