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Sessão de 18 de Março de 1925 11

Portanto, os credores foram um elemento precioso de informação.

Ainda há uma outra vaga, que é a dos intermediários dos empréstimos.

V. Exas. não podem calcular os embates que eu recebi.

É claro que à roda de tudo isto, em qualquer das vagas e muito principalmente nesta última, eu devo fazer uma referência especial, consignar o meu agradecimento a muitos indivíduos que muitas despesas fizeram para ir por diante qualquer plano de salvação de Angola.

Sr. Presidente: ainda há um outro assunto, que ê a dificuldade dos colaboradores de um Alto Comissário.

O Alto Comissário, emquanto está em Lisboa, não pode nomear colaborador algum, o não os pode nomear por uma razão simples: se nomeia um civil, não há verba para lhe pagar na metrópole; se nomeia um militar, prejudica-o imediatamente porque não ganha o que devia ganhar em Angola e perde todas as gratificações de exercício. E por favor que êles vão servir de chefes de gabinete e de secretários.

O Alto Comissário só na véspera de partir é que os pode nomear.

É a lei geral, dirão, mas é má por ser geral, porque não tem aplicação nenhuma.

O Sr. Mariano Martins (interrompendo): - Se isso se não fizesse, daria como resultado todos os governadores que estivessem aqui nomeados começariam a requisitar funcionários, o que daria lugar a abusos.

Felizmente a lei tem-se cumprido, embora nos últimos tempos começassem a infringi-la.

O Orador: - Creia V. Exa. que me sinto muito bem para responder a V. Exa., reforçando ainda mais quanto eu acabo de dizer.

Isso é tudo verdadeiro, mas também é muito verdadeiro que, se eu tivesse pegado no meu chefe de Gabinete e nos meus dois secretários e tivesse ido com êles para Londres ou Paris, êles ganhavam boas libras, mas como estavam em Lisboa êles só por grande sacrifício e muito favor é que podiam trabalhar comigo.

Há uma grande facilidade em pagar em ouro neste País.

O Sr. Mariano Martins (interrompendo): - V. Exa. permite-me uma interrupção?

Mas antes de existirem os Altos Comissários, nomearam-se para as colónias os governadores gerais e êles não estavam aqui a estudar, iam para lá, tomavam posse e começavam a trabalhar.

De há pouco para cá é que se inventou essa maneira de tomar posse no Ministério das Colónias; foi no tempo do Sr. Norton de Matos que se começou a abusar.

O Orador: - Continuo na minha opinião. E como o ilustre Deputado fala em nomeações neste caso de Altos Comissários, devo dizer que como Alto Comissário de maneira nenhuma promovi a nomeação fôsse de quem quer que fôsse.

O Sr. Mariano Martins:-Eu também não disse que V. Exa. tinha feito nomeação.

O Sr. Jaime de Sousa: - Em Londres há instalações privativas de cada colónia, tendo os Altos Comissários delas conhecimento, instalações e instalações completas; os Altos Comissários estão em estreita ligação com o seu pessoal, há agências para cada colónia.

O Sr. Mariano Martins: - A Inglaterra tem os seus domínios.

O Sr. Jaime de Sousa: - Todas as colónias têm Altos Comissários, excepto os domínios. Em Portugal não sabemos como é que se montam todos êsses serviços de Altos Comissários.

Tem o Sr. Rêgo Chaves toda a razão quando diz que nós não sabemos qual é a instalação de um Alto Comissário na Europa.

O Orador: - Devo dizer que pela minha parte não desejava ostentar grandezas. Mas sinto que, realmente, tivesse de suportar uma situação de trabalho em tam más condições.

Era necessário para o desempenho da minha missão que estivesse noutras condições de trabalho. Fiz despesas que me não competiam.

Como Alto Comissário de Angola mau-