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Sessão de 27 de Março de 1925 11

gócio urgente, mas se o não votar o meu protesto fica já lavrado.

É necessário que o Sr. Ministro do Interior cumpra a promessa que fez à Câmara.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Vai votar-se o negócio urgente para ser discutido na próxima segunda-feira.

Procede-se à votação.

O Sr. Presidente: - Está aprovado.

O Sr. Júlio Gonçalves: - Roqueiro a contraprova.

Procede-se à contraprova.

O Sr. Presidente: - Está rejeitado.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: - Peço a palavra para antes de se encerrar a

sessão.

O Sr. Carneiro Franco (para interrogar a Mesa): - O assunto que se segue é o negócio urgente do Sr. Carvalho da Silva?

O Sr. Presidente: - É, sim, senhor.

O Sr. Carneiro Franco (para um requerimento):- Como falta apenas votar um artigo para se concluir a discussão do financiamento de Angola, e como temos só meia hora para os nossos trabalhos, visto que após ela retinirá o Congresso, eu requeiro que se discuta imediatamente a questão de Angola, seguindo-se depois o negócio urgente do Sr. Carvalho da Silva.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva (para explicações): - Não tenho dúvida em concordar com os desejos do Sr. Carneiro Franco, mas desde que fique assente que a minha interpelação se fará logo a seguir à votação da proposta sôbre Angola.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. João Camoesas: - Há pouco o Sr. Agatão Lança, falando sôbre o desastre ocorrido na aviação militar, propôs um voto de sentimento. Como não foi ainda pôsto à votação e como não era V. Exa. que estava dirigindo os trabalhos, eu tomo a liberdade de lembrar o facto

O Sr. Presidente: - A proposta do Sr. Agatão Lança será posta cá votação na devida altura.

E à Mesa que incumbe a direcção dos trabalhos da Câmara. Se os Srs. Deputados não confiarem na Mesa e estiverem a indicar-lhe o que há a fazer, cairemos numa confusão em que não haverá possibilidade de nos entendermos.

Tem a palavra o Sr. Pina de Morais.

O Sr. Pina de Morais: - Sr. Presidente: uso da palavra para, em nome dos parlamentares do Partido Republicano Português, me associar ao voto que foi há pouco proposto pelo Sr. Agatão Lança, de profundo sentimento pelo desastre que acaba de dar-se o que enlutou a nossa aviação. Manifestando todo o nosso posar pelo ocorrido, eu quero dizer o seguinte, visto que o culto pelos mortos não deve invalidar o cuidado do garantir a vida dos vivos:

Eu cuido que os aparelhos de que se servem os nossos aviadores não são controlados devidamente, para darem uma relativa garantia à vida dos aviadores. Vou citar um caso que demonstra a falta de cuidados que há na nossa aviação.

Quando da vinda de uns aviões franceses ao nosso País, foram os aparelhos recolhidos no campo da Amadora. A primeira cousa que os aviadores fizeram foi substituir as velas dos seus aparelhos, deitando fora as que tinham acabado de servir.

Como alguém suposesse que essas velas tinham caído no chão som reparo dos aviadores franceses, para o caso chamou a atenção deles, obtendo como resposta a seguinte declaração: - "Essas velas já não servem; fizeram a viagem de Biarritz até Lisboa e chega". Pois, Sr. Presidente, sei por informações seguras que essas velas ainda foram depois utilizadas nos nossos aparelhos.

Mas há mais. Os aparelhos Vickers que tanto dinheiro custaram ao Estado, ficaram, por criminoso desleixo, tanto tempo abandonados na Alfândega, às in-