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Sessão de 27 de Março de 1925 9

Há uma interpelação minha que tinha sido marcada pára hoje ...

O Sr. Presidente: - Mas se a Câmara votar o negócio urgente, é com prejuízo da ordem do dia.

O Sr. Nuno Simões: - Sr. Presidente: seria uma grave incoerência da Câmara o negar ao Sr. Plínio Silva o direito de tratar em negócio urgente o problema das estradas.

É S. Exa. quem, mais criteriosamente, tem tratado êste problema e ainda agora, ao passar pela pasta do Comércio, chamou a si responsabilidades das quais deseja desobrigar-se.

Mas a verdade é que, neste momento, o seu negócio urgente não faria senão demorar a discussão da proposta sôbre o financiamento da província de Angola.

E assim, Sr. Presidente, eu pediria ao Sr. Plínio Silva que deixasse concluir o debate sôbre o financiamento de Angola, concordando em que se discutisse o seu projecto, cuja urgência a Câmara já reconheceu, num dos primeiros dias da próxima semana.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Plínio Silva: - Sr. Presidente: o Sr. Nuno Simões foi justo reconhecendo o direito que me assiste em me ocupar do problema das estradas, dada a posição em que me coloquei quando Ministro do Comercio e dadas ainda as naturais responsabilidades por mim assumidas.

Se hoje pedi a palavra para me acupar do assunto em negócio urgente foi simplesmente porque julguei que êste era, na verdade, o momento preciso para a Câmara chamar a si o magno problema das estradas, que é já hoje um dos mais importantes problemas nacionais (Apoiados), na resolução do qual não devem nem podem intervir os partidos e a política.

Apoiados.

Eu julgo que em presença do aspecto que êsse problema reveste presentemente, pela sequência e continuidade de acções empregadas por parte dos chefes de estradas de todo o País, do trabalho insano já despendido, e ainda da patriótica campanha do Diário de Noticias que em favor das estradas tem feito uma verdadeira cruzada nacional, em artigos em que se me têm feito referências especiais que me colocam na obrigação de não largar o assunto da mão, eu julgo, repito, que êste é realmente o momento oportuno de interessar o Parlamento numa obra de realizações imediatas, tanto mais que deve amanhã ser analisado o primeiro concurso para reparação da estrada de Lisboa a Cascais.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Carvalho da Silva: - A minoria monárquica reconhece a urgência do assunto de que deseja ocupar-se o Sr. Plínio Silva e votá-la-ia se não considerasse também urgente o assunto que eu pretendo tratar, urgência que a Câmara e o Govêrno já reconheceram.

Creio que as posições têm, também direito de ocupar-se daqueles assuntos que julgarem ser de interêsse para o País.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Nuno Simões: - Apesar de judiciosas as considerações feitas pelo Sr. Plínio Silva, não conseguiram demover-me do meu ponto de vista.

Se o problema das estradas é um problema nacional- e eu sou o primeiro a reconhecê-lo - nacional é também o que diz respeito à província de Angola.

Continuo assim a manter a minha maneira de ver, isto é, a entender que quaisquer considerações que o Sr. Plínio Silva agora deseje fazer, melhor cabimento teriam quando se discutisse o projecto apresentado há tempo por S. Exa., projecto cuja discussão pode muito bem marcar-se para segunda ou terça-feira.

O orador não reviu.

O Sr. Plínio Silva: - Sou sempre uma pessoa que gosta de harmonizar as opiniões de forma a poder tornar úteis os trabalhos desta Câmara.

Desta ligeira discussão alguma cousa resulta de bom, que é o País poder contar com o esfôrço e a boa vontade do Parlamento para a solução do problema das estradas.

Não mo custa nada concordar com o Sr. Nuno Simões e não tenho a minima duvida em aceder à sugestão de S. Exa.