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8 Diário da Câmara aos Deputados

Comércio entendia que devia fazer, o que era uma justa aspiração de muitas regiões, nada conseguindo, chegando-se à conclusão de não haver estradas.

Mas, apesar de tudo isso, o Sr, António da Fonseca saiu da pasta do Comércio sem ver discutida a sua proposta.

Coube-me a honra de suceder ao Sr. António da Fonseca na pasta do Comércio, e, em certo momento, deixou-se do fazer o que eu reputava uma questão política.

Mal mo foi dado tempo para aplicar as exíguas verbas que podia, em corto momento, conseguir que o Parlamento me votasse, para acudir aos prejuízos enormes que a invernia tinha causado.

E, Sr. Presidente, já que o Sr. Plínio Silva se referiu, e muito bem, à estrada de Cascais, justo é dizer que, tendo o Sr. António da Fonseca apresentado à Câmara uma proposta para que se aplicasse do fundo da marinha mercante 5:000 contos para aperfeiçoamento das estradas do Lisboa a Sintra e Cascais, encontrei no Senado tais dificuldades em votar essa proposta, que tinha sido votada na Câmara dos Deputados quási sem discussão, que me vi forçado a transigir.

Sr. Presidente: é necessário que alguma cousa sôbre estradas se faça, através de todos os sacrifícios, porque a vida económica das regiões que se estão desenvolvendo, carece que haja de distrito para distrito de concelho para concelho, as ligações que são absolutamente indispensáveis.

Desde então em matéria de estradas o Sr. Plínio Silva propôs e de lêndea, com todo o calor, um empréstimo de 15:000 contos, o qual infelizmente não se traduziu numa verdadeira utilidade, porque, conforme o Sr. Ministro do Comércio acaba de confessar, não se pôde realizar. Portanto o esfôrço do Sr. Plínio Silva o da Câmara perdeu-se inteiramente, com excepção feita dos cantoneiros, os pobres servidores do Estado, que, tendo visto aumentar todos os vencimentos o salários dos servidores do Estado, ficará completamente esquecidos. E devo dizer que, apesar de estarem mal pagos, procuravam cumprir o seu dever o melhor que era possível, embora com fome ninguém possa prestar serviço, pois tom de pensar em auferir fora do serviço do Estado a remuneração que o Estado não lhe concede.

Agora mais uma vez, depois das declarações feitas pelo Sr. Ministro do Comércio, chegou-se até à campanha jornalística, em que o Sr. Plínio Silva encontrou um pretexto que não precisava para mais uma vez chamar a atenção da Câmara para a questão das estradas.

Sr. Presidente: O Sr. Plínio Silva, que aproveitou êsse pretexto, do que aliás não carecia o seu zêlo o dedicação pelo problema, propôs-se tratar esta questão.

Pela minha parto entendi não dever opor-mo à intenção de S. Exa. numa outra proposta, que visava acabar com a série de propostas e projectos do lei pendentes na Câmara, relativos a estradas, de modo a definir por uma vez uma política de estradas que está por definir, visto o Sr. Ministro do Comércio entender que não está suficientemente experimentada a autonomia dêsse serviço.

Sr. Presidente: eu fui já infelizmente para o País duas vezes Ministro do Comércio.

Vozes:-Não apoiado, não apoiado.

O Orador: - O que é um facto é que pouco tempo lá estivo, e assim mal tive tempo de estudar o assunto; porém alguma cousa procurei fazer nesse pouco tempo que lá estive, tendo deixado no Ministério do Comércio alguns elementos necessários sôbre o aproveitamento dos combustíveis nacionais, tendo até nomeado uma comissão para estudar o assunto.

O que é um facto, Sr. Presidente, é que não tendo sido possível nessa ocasião resolver o problema das estradas, que eu considero fundamental, devido a haver então outros assuntos importantíssimos a tratar do ordem financeira, entendi por bem que nada mais tinha a fazer no Ministério do Comércio, se bem que na verdade eu entendesse, como entendo ainda hoje, que o assunto necessita do uma urgente resolução.

De então para cá apenas tenho falado o escrito sôbre o assunto, colocando-me inteiramente ao lado de todas as pessoas que se têm interessado por elo, muito principalmente o Sr. Plínio Silva, pois, a verdade é que só trata de um problema do interesso público, de uma questão do