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Sensão de 1 de Abril de 1925 11

digamos, interêsses e que podiam dar pelo seu saber elementos úteis para a resolução do problema.

O que é um facto é que algumas pessoas se chegaram a alarmar com o alvitre apresentado para se utilizar na reparação e construção das estradas algum dinheiro do fundo destinado à marinha mercante.

Nada se tom feito até hoje, a não ser a criação da Administração Geral das Estradas,, para onde se tem levado algum pessoal, que na verdade nada produz, mas que não deixa de receber os seus vencimentos.

Nestes termos, Sr. Presidente, eu tenciono mandar para a Mesa uma proposta de emenda, com a qual não sei se o Sr. Plínio Silva estará de acordo, mas que tem por fim única e exclusivamente tirar da Administração Geral das Estradas todos os serviços respeitantes a contabilidade, visto que da forma como ela está organizada não dá os resultados que seria para desejar.

Estou até certo ponto certo de que o Sr. Plínio Silva não deixará de concordar com essa emenda, que vou mandar para a Mesa, visto que ela é de todo o ponto justa.

Desta forma estou certo de que as receitas serão devidamente escrituradas, e assim devidamente aproveitadas para o fim que só tem em vista, qual seja a reparação e construção das estradas do nosso País.

Sr. Presidente: feitas estas rápidas declarações, a respeito dêste assunto, reservo-me para sôbre elas me pronunciar quando o Sr. Ministro do Comércio tiver dado à Câmara as explicações que a Câmara lhe pediu e eu peço.

Precisamos colocar-nos na situação de não estarmos a fazer um debate estéril, desordenado, sem vantagem para ninguém; pelo contrário, devemos fazer um debate útil.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. António Maria da Silva: - Pedi a palavra pelo facto de ter sido chamado ao debate pelo tom amistoso das palavras

do Sr. Nuno Simões, por ter tomado a iniciativa dum projecto de lei em 1912 sôbre estradas. Tive o prazer de ver toda a Câmara interessada, todo o Parlamento, e ver o projecto aprovado tal qual tinha saído, na sessão última antes dó Natal.

Votou-se, quando eu já era Ministro num Ministério do Sr. Afonso Costa.

Não teve uma única emenda.

Mais ainda: um meu antagonista político, já falecido, pediu mais de uma vez que ficasse registado na acta que os meus projectos tinham sido aprovados por unanimidade.

Isto dá-me a convicção de que êste assunto será tratado como é necessário que o seja, e que antes de esta Câmara encerrar os seus trabalhos, antes de completar esta legislatura, de facto o meu colega e amigo Plínio Silva verá transformado em lei o seu projecto, porque é indispensável se subordinem a um piano os trabalhos da Câmara.

Assim teremos ensejo de dizer que nesta sessão legislativa vimos terem resolução vários problemas, porque não fazia sentido que esta Câmara, que tantos serviços tem prestado ao País, não prestasse êste outro.

Embora não constitua uma originalidade, porque já em Espanha representou a melhor maneira de levar à prática o problema hidráulico, tam inteligentemente pôsto por um homem ilustre, que se chamou Joaquim Costa, e pelo notável Ministro do Fomento do tempo, poderá dar os melhores resultados o exemplo agora seguido por um jornal português.

Folgo muito com a união dêsses três organismos - Parlamento, imprensa e técnicos- e estou convencido de que dela há-de resultar tanto proveito para Portugal como em Espanha resultou para a solução de um problema de capital importância que, infelizmente, nem sequer está iniciado no País.

Disse o Sr. Plínio Silva que, embora isso lhe possa ser muito agradável por representar o reconhecimento do seu trabalho, não basta que apenas se aprove o seu projecto de lei, e o Sr. Ministro do Comércio mostrou que já se contentava com que, ao que pode render o imposto de viação e turismo, se adicionem as verbas que estão incluídas no Orçamento para o ano futuro. Eu direi: independemente do