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50 Diário da Câmara dos Deputados

dução. E daí, com o aperfeiçoamento das máquinas, nos veio a divisão do trabalho.

O ilustre Deputado sabe muito bom que na educação dos conhecimentos &e faz muita cousa.

O que só tem passado através das diversas fases é bem conhecido.

Das generalidades passou-se à liberdade do conhecimento do todas as sciências, e foi-se para a especialização.

O fenómeno é o mesmo. Tanto se especializou sob êste ponto do vista, que já se procura remediar o mal que veio da excessiva especialização.

Num artigo de um ilustre alemão, vê-se que se está a caminhar para uma solução intermédia, que é aquela que convém.

O processo prático-social, de capital, de trabalho e de direcção, fez-se, como é sabido, na Marinha Grande.

Existia o capital na representação própria, o trabalho que era representado poios operários o havia direcção.

Esta tinha aspectos diferentes; e todavia, ninguém pode deixar do dizer que, sob o ponto de vista a que mo refiro, foi um desastre.

Ainda o verão passado estive na Marinha Grande e tive a impressão do uma região invadida da França por tropas de pilhagem.

O aspecto é semelhante.

E, dizia eu, organização scientifica do trabalho à maneira do Taylor, na indústria dos fósforos, sim, Sr. Presidente, essa organização já está feita com perfeição pela Companhia Portuguesa de Fósforos.

Digo eu isto no meu parecer, pois poucas indústrias têm essa organização industrial como esta companhia.

Sr. Presidente: não compreendi ainda a beleza do sistema de exploração monopolista, quer esta seja feita pelo Estado, quer pelos particulares, porque esta faz-se sempre através de uma deminuição de liberdade para o operário, liberdade esta que eu queria manter o aumentar cada vez mais.

O que é que dá o monopólio ao operária, seja êle exercido pelo Estado ou seja por uma ou mais empresas?

Sr. Presidente: eu defendo cuja sociedade ora que o homem tenha a liberdade necessária para poder ascender a todas as situações possíveis, porque assim ô que se faz democracia o liberdade.

Dizem-me que ora precária a situação da indústria dos fósforos em 1895; mas ou pregunto se porventura se não tivesse feito o monopólio, muitos dos operários e dos pequenos fabricantes que foram expropriados não podiam ser hoje grandes fabricantes, não podiam ter adquirido meios do fortuna para realizar aspirações mais largas o situações pecuniárias mais abastadas?

Julgo que sim.

Todavia foi-lhes criada uma situação eterna de servos da gleba e os elementos de trabalho com todas as suas aptidões e aspirações, limitadas ao campo restrito que lhes foi estabelecido.

De maneira que, Sr. Presidente, dou-me por feliz por ter provocado intencionalmente a brilhante exposição do Sr. João Camoesas.

E mais um elemento do elucidação o de alvitre que vem ao debato, e que a Câmara apreciará; e, se entender que por aí se deve ir, que se vá, mas eu tenho a convicção íntima de que se não melhora o problema; pelo contrario estaríamos fatalmente em face do um desastre que se vinha juntar a todos os outros.

Emquanto o meio português não estive apto para fazer uso dêsses processos, a sua adopção será sempre um verdadeiro desastre.

O que é que determinou as grandes emigrações da Inglaterra e da França para a América do Norte senão a ânsia de ganhar?

O que é que levou ao Sul da Africa, às regiões dos diamantes do Transvaal e do Orange, as grandes emigrações da Inglaterra e da Holanda senão o propósito de enriquecer?

O que levou ao Brasil as grandes emigrações do povo português através do século XVIII e princípios do século XIX, espicaçando a cobiça dos holandeses e franceses, que chegaram a apoderar-se de algumas tem s do sul da América, senão a ânsia do ganhar?

É preciso entrar amplamente no caminho da liberdade, o isso devo fazê-lo e fá-lo há a República reeducando o povo e fazendo-o retomar as suas antigas qualidades.