O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 2 de Abril de 1925 51

Então o capital português há-de fazer o que faz o capital do todo o mundo, há-de procurar o ganho e a abastança que só traduzirá no estudo dos métodos que estejam em harmonia com a capacidade física o intelectual do povo.

Do contrário, se formos atrás das doutrinas económicas, financeiras, sociais ou políticas sugeridas ou definidas por um meio social que não é o nosso, que é incompatível com o nosso, tornar-nos hemos uns inadaptados e os menos práticos possíveis, porque pretendemos realizar cousas que não têm possibilidade de execução.

Estou completamente de acordo com qualquer tentativa que se faça nesse campo.

Por agora, tenho dito.

O Sr. João Camoesas: - Tive ocasião de ver funcionar a Fábrica da Marinha Grande no período da sua maior laboração, o que porventura não aconteceu ao Sr. Tôrres Garcia, que só lá foi o ano passado, e tive o prazer de verificar que o trabalho produzia.

Os operários, tendo recebido uma fábrica devastada, conseguiram transformada, construindo novos instrumentos do trabalho, construindo dois fornos.

Porque é que a experiência não continuou a dar bom resultado?

A fábrica foi posta a funcionar com um capital de 30.000$ e um suprimento em lenha a que tinha direito porque, quando foi instituída pelo Marquês de Pombal, foi dotada com uma larga extensão de terreno.

Quando da reforma dos serviços florestais, essa extensão de terreno foi encorporada nas matas nacionais, dando se à fábrica uma determinada renda em lenha, o que não significa, portanto, um favor do Estado.

Com êsse insignificante capital de exploração, os operários conseguiram fazer uma laboração superior a um milhar de contos, concorrendo no mercado até com os produtos estrangeiros.

Não tendo capital suficiente, tinham todavia, com uma grande parte dos seus clientes, contratos, em virtude dos quais lhes era adiantado o capital necessário para pagar salários.

Quando a crise bancária apertou, os clientes da fábrica não puderam continuar a fazer os adiantamentos, e ela viu-se de uma hora para a outra desprovida de recursos para uma laboração normal.

No caso de a Companhia dos Fósforos querer entrar nessa sociedade do produção, era ela que continuava a trabalhar.

O Estado limitava-se à contabilidade.

Admito até que os actuais contabilistas da Companhia fossem nomeados para a Caixa Geral do Depósitos, adoptando-se a classificação da contabilidade do Estado.

O Sr. Carlos Olavo (interrompendo): - Eu desejava saber, no caso de haver prejuízo, quem é que o pagaria.

O Orador: - Eu tenho uma sociedade de que faz parte o Estado, uma empresa capitalista o os trabalhadores.

Quando haja prejuízo, é suportado por todos...

O Sr. Carlos Olavo (interrompendo): - Como é que os trabalhadores pagavam êsse prejuízo, se êles já tinham recebido dinheiro?

O Orador: - Tratando-se de um produto cujo consumo é absolutamente garantido e continuando no regime de exclusivo, continua sempre a haver lucros.

Já o mesmo se não pode dar na indústria vidreira, por exemplo, porque essa tem exclusivo, estando sujeita à concorrência nacional e estrangeira.

E então muito possível que haja prejuízo.

Mas, no caso presente, há o exclusivo, há a certeza da venda.

O Sr. Carlos Olavo (interrompendo): - Então é uma fórmula aplicável só a indústrias que dão lucro?

O Orador: - O sistema que eu aqui defendo tem sido aplicado em toda a parte do mundo.

A Tcheco-Slováquia é um país de organização recente, que não tem uma percentagem de cultura média superior à nossa, e que veio das condições desgraçadas em que se encontrava a maior parto da população da província balcânica:

No emtanto está a utilizar largamente êsse regime de organização do trabalho e