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Sessão de 23 de Abril de 1925 29

foram ditas na melhor das intenções possíveis.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - Agradeço as palavras do Sr. Plínio Silva, mas parece-me que S. Exa. não interpretou devidamente o que eu disse.

Eu já disse que não tinha o direito de ocultar à Câmara a comunicação do Sr. Cunha Leal, feita por intermédio de um seu amigo.

Eu preguntei ao Sr. Carneiro Franco se sabia se S. Exa. desejava que só fizesse a comunicação à Câmara, más o Sr. Carneiro Franco disse-me não estar habilitado a responder-me.

Eu não podia ocultar, tanto mais que entendi que devia figurar junto ao processo.

S. Exa. não reviu.

O Sr. Vasco Borges: - Sr. Presidente: V. Exa. diz-me a que horas se passa ao período de antes de se encerrar a sessão?

O Sr. Presidente: - Faltam 5 minutos para se entrar no período de antes de se encerrar a sessão.

O Orador: - Nessas condições, se a Câmara me consentisse, eu ficava com a palavra reservada para amanhã.

Em 5 minutos nem tempo tenho de iniciar as minhas considerações.

O Sr. Presidente: - Já ontem não permiti isso ao Sr. Alberto Xavier, não o posso consentir hoje a V. Exa.

O Orador: - O Sr. Alberto Xavier não o tomaria como desconsideração; mas sucede ainda que V. Exa., dando a palavra a outro Parlamentar, também êste não poderia fazer considerações em 5 minutos.

Penso eu.

O Sr. Presidente - V. Exa. fica com a palavra reservada.

Antes de se encerrar a sessão

O Sr. Carlos de Vasconcelos: - Sr. Presidente: entre as medidas ultimamente tomadas pelo Govêrno e às quais eu tenho dado o meu melhor aplauso, figura a censura à imprensa e a suspensão de dois jornais.

Não quero apreciar as razões que levaram o Govêrno a adoptar tal medida, mas quere-me parecer que a suspensão dêsses jornais poderia cessar desde que a censura se exercesse com critério.

Entre os jornais suspensos está o Diário de Lisboa.

Tive ocasião de ler o último número dêsse jornal e - com franqueza o digo - não encontrei nada que dêsse justificação à medida violenta que contra êle foi tomada.

Trata-se, além disso, dum jornal dirigido por um republicano que sempre o colocou à disposição dos republicanos para a sua defesa, e dum jornal que no momento da revolução, em primeira página, a condenou com vigor.

Espero, por isso, que o Sr. Ministro do Interior, assim que o julgue oportuno, suspenda essa medida violenta.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Interior e interino da Guerra (Vitorino Godinho): - Ao Govêrno, primeiro do que a ninguém, foi desagradável tomar medidas violentas contra a imprensa.

Assim o seu maior desejo é o de suspender essas medidas o mais ràpidamente possível, principalmente para não criar uma situação difícil às classes trabalhadoras ocupadas nos serviços gráficos dos jornais suspensos.

Creio, no emtanto, poder anunciar que já amanhã o assunto se encontrará resolvido, se não no seu todo, pelo menos em parte.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: - Pedi a palavra para me ocupar, também, da censura à imprensa e, sobretudo, da suspensão de dois jornais de Lisboa.

Eu, que tenho aos princípios maior respeito que os Srs. Deputados republicanos, não quero saber da qualidade política dêsses jornais.

Tanto me importa que sejam republicanos como que o não sejam. São dois jornais que estão suspensos; e ainda há pouco o Sr. Presidente do Ministério, referindo-se à razão por que estava suspenso