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Sessão de 16 de Junho de 1925 23

quer cousa que possa melindrar um homem que empregou todo o seu esfôrço nos assuntos da sua colónia.

Foi-lhe feita justiça; a Câmara viu bem a forma como êle tratou de justificar-se dessas acusações.

É um homem honesto, nada podendo dizer-se da sua probidade.

Que sinceridade elo aqui pôs na sua defesa!

O Sr. Rodrigo Rodrigues foi exonerado por divergência de fórmulas.

Ninguém pode negar a sua boa intenção de governar a colónia.

Reconheço o decreto do Sr. Ministro das Colónias de promover a sua exoneração.

Sr. Presidente: ouvi uma referência à minha pessoa quando Ministro das Colónias na ocasião em que partiu para governador de Macau o Sr. Rodrigo Rodrigues.

Devo dizer que estou perfeitamente de acordo com a declaração que foi feita por S. Exa. de que não recebera instruções de transmitir a qualquer governo estrangeiro qualquer cousa, relativamente à administração do porto de Macau.

E eu não precisava mesmo demonstrar à Câmara qual o meu ponto de vista sôbre o comércio com Moçambique e a União Sul-Africana.

S. Exa. explicou o que pretendia. Podemos divergir da fórmula, mas temos de reconhecer que S. Exa. estava animado de muito boas intenções, ao pretender estabelecer acordo, com o fim elevado de fazer progredir Macau.

Êste ponto de vista não pode deixar de merecer todo o nosso apoio, assim como êste outro de querer estabelecer carreiras daqui para Macau. Isto era, incontestavelmente, uma * grande obra que se pretendia realizar.

Também devo proferir algumas palavras sôbre o que se passou durante o Govêrno da minha presidência em relação à administração do porto de Macau.

O Sr. Ministro das Colónias, de então, pediu para êsse problema ser tratado em Conselho de Ministro, mas como o Sr. governador de Macau vinha a caminho da metrópole eu fui de opinião que se esperasse pelo seu regresso.

Porém, como S. Exa. logo que aqui chegou teve de ir, conforme já foi dito, para Genebra assistir à Conferência do ópio, como representante de Portugal, não se pôde tratar do assunto.

Por fim, devo ainda dizer à Câmara, com toda a lealdade, que- é pena que, quando se tratam questões desta natureza, que são verdadeiramente nacionais, por vezes a nota partidária venha introduzir-se no assunto. E, assim, eu ouvi uma referência a esta família democrática, que foi a seguinte: "dá-se a circunstância de que nem todos se dão".

E que aqui, quando se tratam assuntos de interêsse nacional, não há que tratar do embate entre correligionários.

É assim que a família democrática costuma proceder.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ferreira da Rocha: - Sr. Presidente: a moção que eu apresentei foi uma moção em que deixei registados os princípios de doutrina que determinaram as minhas palavras.

Não considerei, nem considero êste debate como um debate político.

O que se tem discutido tem sido os problemas de Macau e a exoneração de um seu governador. Nada mais.

Os debates políticos são postos pelos leaders dos partidos ou pelos Ministros, e, especialmente pelos presidentes dos Ministérios.

Como ponto doutrinário apresentei a minha moção, e, suponho que é, nesses precisos termos, que o Sr. Ministro das Colónias disse que a aceitava.

E, se da aceitação dela se pudesse inferir qualquer nota política, eu imediatamente a retiraria.

Apoiados.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Lino Neto: - Como a hora vai bastante adiantada, eu limitar-me hei a mandar para a Mesa uma moção formulando o voto dêste lado da Câmara, porque sinto absoluta necessidade de fazê-lo.

Moção

A Câmara dos Deputados tendo-se inteirado da forma como tem sido ultimamente exercida a administração de Macau, afirma a necessidade de que, para