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18 Diário da Câmara dos Deputados

Conferencia Geral. Sendo essa Conferência marcada para 1922, como é que se fazia uma convenção com a Inglaterra para além dêsse prazo?

Nós tínhamos um acordo com a Inglaterra só até 1923. Daí para diante não podíamos garantir nenhuma quantidade de caixas de ópio para se fazer a praça. Nessas condições, foi prorrogado o prazo por mais um ano.

Em Janeiro de 1924 fez-se uma praça nas condições do acordo anterior.

Eu encaro o problema não só em relação a Macau, mas em relação ao seu todo.

O que posso afirmar por intuição, aliás clara, é que o porto do Macau é uma grande riqueza, mas é preciso que tenhamos mercados para os seus produtos.

Êle é bom, não só pela situação em que se encontra...

O Sr. Velhinho Correia: -Eu concordo com o que V. Exa. diz, o também sou da opinião que o problema deve ser apreciado em conjunto

O Orador: - Dirigindo-me ao Sr. Ferreira da Rocha, dír-lhe hei que foi muito amável para com o governador de Macau chamando genial ao meu parecer, e se fôsse homem de me envaidecer, com essa palavra ficada vaidoso; mas não, apenas fica o meu agradecimento. Mas, juntamenfo, S. Exa. foi injusto, excessivamente injusto e rigoroso.

Sr. Presidente: houve em tempos idos n aventura, a fé; hoje temos o génio comercial. Isso sim, é que é verdadeiramente genial.

Qual será o futuro para a colocação das nossas conservas, das nossas cortiças, dos nossos artefactos, do nosso vinho, se continuarmos a ser uma colónia dos ingleses e dos alemães, que levam os nossos produtos pura os falsificarem e os venderem depois?

É realmente digno de apaixonar um português êste problema, o foi isso que me absorveu completam ente, como já o confessei à Câmara.

Nunca supus que o problema de Macau, dêsse insignificante território sob o ponto do vista do seu tamanho, embora formosíssimo, rico e tentador, tivesse tanto reflexo na nossa vida nacional, ao ponto do poder garantir-nos a independência económica completa.

Pois não temos nós lá um mercado constituído por milhões de indivíduos que podem consumir os produtos que aqui nos sobejam, em compensação do que nos falta e que em Macau se produz?

O Sr. Velhinho Correia (interrompendo): - V. Exa. dá-me licença?

A Espanha durante a guerra suspendeu quási todas as suas carreiras de navegação, mas deixou particular e especialmente a sua carreira para o Oriente, porqno essa sustentava a indústria de Barcelona.

O Orador:-De facto o problema do oriente impõe-se duma forma especial. E duma visão elementar para toda a gente, e, se o não é para nós, isso se devo ao facto de vivermos limitados ao prazer doentio de nos ferirmos uns aos outros.

Eu consegui libertar o meu espírito o ver alguma cousa do que pode ser o futuro administrativo e económico do Portugal.

Esta visão poderá ser genial, mas não representa mais do que a de regressar ao espírito da nossa raça, pondo em acção aquilo que foi o esfôrço dos primeiros homens que lançaram as lanchas portuguesas ao mar para o descobrimento dessas terras do Oriente.

Êste problema é verdadeiramente típico e não se compara nada com o problema das colónias do África.

O que se está fazendo?

Criou-se um porto. Não sei se tem ou, não condições para viver só por si. Há muitas dúvidas nisso.

A Câmara acabou de ouvir o Sr. Velhinho Correia garantir com números que o porto de Macau tem enormes condições de vida, e por outro lado o Sr. Ferreira da Rocha, com a sua voz autorizada, apresentou a êsse respeito um ponto de interrogação, dizendo:

"O porto de Macau não tem futuro marcado".

Estou convencido de que ou fazemos uma boa política económica em relação àquele porto o temos garantida a vida