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Sessão de 17 de Junho de 1925 25

Porque é possível que quem queira esclarecer o caso, o não aproveitar a ocasião para trazer aqui belas palavras em que se podo, quási, um julgamento da Câmara, quando uma parte do processo ainda não foi manuseado por ela, dependente da resposta do Ministro da Guerra, assim procede?

Francamente isto chegaria a ser inocente, se não houvesse 240:000 francos desaparecidos.

O Sr. Ministro do Interior que, a partir de certa altura, mo interrompeu, preguntando-me se dada afirmação minha ora exacta, a qual confirmei, porque nessa altura ainda não tinha as razoes que tenho agora para não permitir me interrompam, disso, lendo o meu discurso, que eu dissera que determinado cheque ou era verdadeiro ou falso. Se é falso, foi roubado o Banco; se é verdadeiro, foi roubado o Estado.

Mas como não sou adversário político da categoria daqueles que manejam tambem a insinuação, que parece nunca na sua vida fizeram outra cousa, procurei antecipar uma situação. E para isso disso que "se porventura, a assinatura do cheque à verdadeira" ; foi isto que disse, sem que pudesse ter havido da minha parte a intenção de ferir o Ministro do Interior, acusando o de haver cometido um acto de conivência.

Nestas condições, quero acreditar que, amanhã, um exame pericial, para que isto não fuja para o campo sentimental, se impõe.

Daqui por diante não tenho mais que acautelar a dignidade política.

Não hei que invocar D. Basílios: aqui não há dessas pessoas.

Apoiados.

Procure-se outro campo que não seja o da calúnia e o da insinuação.

D. Basílios haverá, mas é da outra banda; aqui não.

Eu não fui no vapor em que viajou Almeida Pinheiro. Disso que viajara no vapor em que, anteriormente, tinha ido para Angola Almeida Pinheiro. Aí todos sabiam quem era êsse indivíduo. Suscitou dúvidas em alguém. Insistiu-se. Provocou, desconfianças e houve quem fôsse preguntar.

O comandante, realmente, indagou o que êle ia fazer, e foi-lhe respondido:

"Sou, realmente, Almeida Pinheiro, encarregado pelo Govêrno da metrópole de uma démarche confidencial junto do Alto Comissário de Angola. Peço que não mo incomodem".

O comandante não o sabia.

Eu não tinha que prender o Sr. Almeida Pinheiro, nem era meu dever denunciá-lo, o por duas razões: primeira, porque não sou, como tantos amigos do Sr. Vitorino Godinho, um polícia amador (Risos), segunda, porque, ainda quando o fôsse, eu, que sabia que havia uma pessoa mais interessada em o mandar prender, e que ora o Sr. Ministro do Interior, queria dar-lho essa satisfação.

E S. Exa. compreendo que as circunstâncias posteriores me deram alguma razão.

A outra afirmação menos verdadeira, que mo atribuíram, é a de que eu procurei mexer nas contas particulares do Sr. Vitorino Godinho.

Não é fazendo afirmações com aspectos sentimentais, batendo no peito, falando em factos da meninice ou dos sacrifícios que os nossos fizeram para nos educar, não é estabelecendo termos de comparação que esclarecemos o assunto.

O Sr. Ministro do Interior, quando fala em conta particular, quero falar na conta de liquidação particular do Sr. Vitorino Godinho, visto que havia outra, a do Sr. Achemann, e estas contas têm de jogar as duas, porque S. Exa., doutra forma, nada esclarecerá do assunto que pretendemos aclarar.

Quero dizer ainda à Câmara a razão por que supus que o Ministro do Interior tivesse confiado cheques para as necessidades correntes ao Sr. Almeida Pinheiro.

Dado que S. Exa. tivesse muita confiança no Sr. Almeida Pinheiro, isso não seria um crime excessivo; eu não quero afirmar que S. Exa. fôsse capaz de assinar êste cheque.

Falou S. Exa. na sua folha de oficial, confrontando-a com a minha.

Eu não quero estabelecer comparações sob esto ponto de vista com o Sr. Ministro do Interior.

Sei que muitos dos meus serviços não foram bem aceites por alguns dos meus inimigos, que trazem toda a espécie de penduricalhos ao peito para satisfazer as