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20 Diário da Câmara dos Deputados

no Godinho, tomara posse do cargo de nosso adido militar em França, estando assim encarregado de fazer liquidações sôbre o Corpo Expedicionário Português, recebera do sou antecessor, o Sr. Aschman, a conta aborta relativa àqueles serviços".

E aqui vai já um esclarecimento, É que, se eu entendi dever dar estas explicações, é porque, pela forma como isto vem nos jornais, pároco depreender-se que o Sr. Cunha Leal quis atingir o prestígio do Ministro do Interior e levar também até a rainha pessoa, som mesmo ser na minha qualidade de Ministro, o seu ataque.

Diz mais o jornal:

"Entre os vários auxiliares do Sr. Vitorino Godinho figurava o capitão Almeida Pinheiro, que, diz-se, falsificou um choque na importância do 240:000 francos. Levantada esta quantia, aquele capitão desapareceu, nunca mais ninguém se importando com o caso da falsificação, nem mesmo tendo aquele senhor sido perseguido pelo seu acto. Almeida Pinheiro foi depois para a Madeira o daí para Angola, onde chegou a ser recebido pelo próprio Alto Comissário, Sr. Norton do Matos, Em Angola ninguém o perseguiu, ninguém o prendou também".

Sr. Presidente: esto caso, nesta parte, é com o Sr. Ministro da Guerra. Como V. Exas. bem podem compreender, portanto, o processo diz respeito ao Ministério da Guerra.

O Sr. Ministro da Guerra, recebida a comunicação do Sr. Cunha Leni, não deixará, por certo, de colhêr os esclarecimentos necessários a fim do satisfazer os desejos de S. Exa., desejos que podem ir até o ponto de, se a Câmara assim o entender, se substituir aos tribunais militares a quem de direito pertenço o julgamento desta causa.

Mas diz mais o jornal, e eu chamo a atenção do Sr. Cunha Leal para dizer só realmente foi assim:

"Em tempos, êste caso foi já levantado aqui no Parlamento pelo Sr. António da Fonseca, afirmando-se então que o Estado não podia ser roubado no Banco Ultramarino. A não ser - frisou o orador que a assinatura do Sr. Vitorino Godinho, no choque, seja verdadeira. Neste caso, devemos supor que, tendo o Sr. Vitorino Godinho a maior confiança no Sr. Almeida Pinheiro, êste tinha à sua disposição cheques em branco, já com a assinatura do actual Ministro do Interior.

Assim, temos de ponderar: ou a assinatura é verdadeira, tendo sido roubado o Estado, ou é falsa, e então o roubado foi o Banco Ultramarino, que não devia ter pago o cheque".

Não sei se foram estas as palavras de S. Exa.

O Sr. Cunha Leal faz um gesto afirmativo.

O Orador: - A estas palavras do Sr. Cunha Leal cumpro-me responder muito serenamente e porque S. Exa. as confirma, que nunca deixei cheques em branco o com a minha assinatura fôsse a quem fôsse.

Custa-me a crer que o Sr. Cunha Leal que confirma as palavras dêste extracto, pudesse, com serenidade, com convicção, tê-las produzido, porquanto parece-me que aqui, fechando um pouco os olhos, vejo por detrás de tudo isto uma capa bastante negra, vejo por detrás de tudo isto a sombra de D. Basílio.

É dolorosamente? que profiro estas palavras. A afirmação do Sr. Cunha Leal representa não só uma grave injustiça da parto de S. Exa., mas ainda a revelação de um estado de alma do que eu, confesso, supunha S. Exa. incapaz.

Não, Sr. Cunha Leal! Nunca assinei cheques era branco. Abusou-se da minha assinatura falsificando-a; abusou-se da minha confiança. Deus sabe quantas vezes nós honramos com a nossa confiança o por longo tempo pessoas que nos mordem e nos atraiçoam!

O Sr. Francisco Cruz: - Apoiados!

O Orador: - Continuemos a ler o relato:

"O orador declara então que, não querendo colhêr do surprêsa o Sr. Ministro da Guerra, lhe dava estas indicações preliminares, para na altura em que tiver de