O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16 Diário da Câmara dos Deputados

ir locupletar ou para deixar que outros se locupletassem, mas para fazer disto uma verdadeira República.

Apoiados.

Imediatamente renunciaria a tudo para ver satisfeita essa aspiração, que deve ser a maior que devem ter todos os republicanos sinceros como eu.

Apoiados.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Interior (Vitorino Godinho): - Pedi a palavra para explicações, porque não desejo deixar ficar por mais tempo sem resposta algumas observações que fez o Sr. Pedro Pita.

Efectivamente, nos últimos dias tem-se desenhado uma campanha visando a corporação da polícia de Lisboa.

O Sr. Pedro Pita disse constar-lhe que só bate nos presos por ordem do Govêrno.

O Sr. Pedro Pita (interrompendo): - A parte final é acrescentada por V. Exa.

O Sr. Nuno Simões (em àparte): - Também já, não faltava mais nada, Estabelece- se sussurro.

O Orador: - Se foi um acrescento meu, dou-o por não dito. V. Exa. não repare que eu o tivesse feito, porque não estava na sala no começo das suas considerações,

O que quero, porém, é repelir formal e energicamente tal boato.

Sr. Presidente: embora tal não fôsse preciso, tenho tido o cuidado de dar repetidas ordens e instruções à policia, para que não haja sequer lugar a boatos de tal natureza, e não pode, por isso, S. Exa. nem nenhum parlamentar acusar o Govêrno de ficar mudo perante atoardas de tal espécie.

As instruções têm sido categóricas - e, de resto, como disse a S. Exa., não as julgo necessárias - e são no sentido de não permitir que maus tratos sejam infligidos ao presos; mas é preciso não esquecer que há uma boa parte daqueles que se encontram empenhados em tal campanha que julga que os que vestem uma farda de polícia não são também filhos do povo (Apoiados) e imagina que a missão dêsses homens é serem atacados à bomba e sofrerem todos os enxovalhos que lhes quiserem fazer.

Apoiados.

Não, êsses desgraçados, porque vestem uma farda, mio deixaram de ser, como nós todos, filhos do povo (Apoiados), como o são também aqueles que contra êles usam do processos os mais ilegítimos e violentos.

Apoiados.

Trocam-se àpartes.

O Orador: - Respondo a quem tenho do responder e faço as afirmações que entendo que devo fazer.

Apoiados.

Sr. Presidente: também o Sr. Pedro Pita se referiu a êsse caso infeliz da morte do operário Domingos Pereira. Não precisava eu de dar informações categóricas, mas dei-as, exigindo que se não deixasse de praticar nenhuma daquelas formalidades legais que são absolutamente necessárias para o apuramento e para a descoberta de toda a verdade. Na corporação da polícia não existem assassinos!

Muitos apoiados.

A corporação da polícia é, e não podia deixar de ser, um organismo destinado a proteger a sociedade.

Apoiados.

Ela deve ser, e não pode deixar do ser, um dos elementos mais importantes da defesa individual e da propriedade colectiva!

Muitos apoiados.

Uma voz: - Até parece nosso correligionário V. Exa.

O Orador: - Pode o Sr. Pedro Pita, podem todos os Srs. parlamentares estar descansados, que não se deixará do fazer aquela investigação rigorosa, e a ela se está procedendo, no sentido de averiguar toda a verdade.

Podem S. Exas. estar descansados que o Ministro do Interior já mandou, há bastante tempo, proceder a um inquérito para se saber se houve ou não quaisquer actos excessivos o que representem de qualquer modo maus tratos contra os presos políticos.

Tenho dito.

O orador não reviu.