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12 Diário da Câmara dos Deputados

de um júri especial pura julgar os oficiais implicados no último movimento revolucionário.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Vitorino Guimarães): -Pedi a palavra para protestar contra semelhantes processos de provocar a agitação, o do que o Sr. Carvalho da Silva deu mais um exemplo.

Êste Govêrno tem dado som pró a prova- do respeito que tem pela lei e pelo Parlamento, para que a ninguém seja lícito supor que êle pensaria em alterar a forma normal do júri ou da composição do tribunal que há-de julgar os prisioneiros da última revolução.

Serão seguidas todas as formalidades legais em conformidade com as disposições do Código de Justiça Militar o com o disposto no já publicado que alterou a forma de processo,

O Govêrno não pode estar na obrigação de vir dar ao Parlamento explicações sôbre notícias que as pessoas mal intencionadas se lembrem do publicar nos jornais.

Não haveria tempo para fazer outra cousa.

O Sr. Nuno Simões (interrompendo): - Para que a culpa não possa atribuir-se a imprensa, eu quero declarar a V, Exa. que a informação vinda a piibheo, sôbre o pedido de demissão do Sr. Ministro da Guerra, saiu do Ministério da Guerra.

O Orador: não preciso que alguém me faça lembrar as obrigações que tenho para com o Parlamento.

Nunca a elas faltei.

Sei bem quais são aã minhas obrigações como Presidente do Ministério e também como Parlamentar.

A Câmara sabe bem que eu tenho o máximo respeito pelo Parlamento.

A propósito da interrupção do Sr. Nuno Simões, e para que não possa haver dúvidas sôbre as minhas palavras, eu quero esclarecer que não pretendi ser desagradável à imprensa.

O que eu disso só significa que é de admitir que os jornais publiquem notícias não correspondam à verdade, visto que lhes é impossível conhecer das boas ou más intenções com que tais notícias lhes são fornecidas.

O orador não reviu.

O Sr. Pedro Pita: - Sr. Presidente: em harmonia com os preceitos regimentais, mando para a Mesa a seguinte

Moção

A Câmara, estranhando os termos em que se lhe dirige o Sr. Presidente do Ministério, passa à ordem do dia. - Pedro Pita.

Antes do mais nada, acentuarei que nem o Sr. Presidente do Ministério, nem uma dúzia de Presidentes do Ministério é capaz de nos motor modo, embora se apresentem com ares de pimpão.

É já a terceira ou quarta vez (pie o Sr. Presidente do Ministério ergue aqui a uma voz trémula, em atitude de nos ameaçar, como se dele tivéssemos medo.

Engana-se o Sr. Presidente do Ministério.

S. Exa. não é capaz de meter medo a ninguém!

Está tudo às avessas.

Até aqui, ora o Parlamento que censurava o Govêrno quando isso ora necessário; agora, é o Govêrno que vem censurar o Parlamento.

Há alguma cousa de estranhável em que um Sr. Deputado, no uso do sou legítimo direito, pregunto ao Sr. Presidente do Ministério se são ou não verdadeiros os boatos que correm, de que o Sr. Ministro da Guerra esteja demissionário?

As razões que originaram êsse podido de demissão são, porventura, de moldo a irritar o Sr. Presidente do Ministério?

Mas, se assim, que culpa temos nós disso?

Que culpa temos de que o Govêrno esteja a tremor perante a sua própria sombra, com infido de tudo?

Já antes do último adiamento se dizia que o Sr. Presidente do Ministério tinha na mão a dissolução do Parlamento, para nos ameaçar com ela.

Mas, Sr. Presidente, venha a dissolução.

Ninguém dirá que a simples pregunta feita a um Presidente do Ministério sôbre se é verdadeira ou não a notícia da de-