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Sessão de 17 de Junho de 1925 19

O exército vive hoje mal, é mal pago e é grande a diferença entro os seus soldos e os dos oficiais dos exércitos estrangeiros; mas argumenta-se: o Estado não pode pagar mais.

Estou plenamente de acordo, mas dêem-se ao exército, aos seus oficiais, condições para poderem viver.

Faz pena, ao passar por um quartel, ver homens no vigor da vida, entre os vinte e quarenta anos, improdutivos, sem terem onde empregar a sua actividade.

Depois da guerra até vieram os milicianos ...

O Govêrno pode facultar ao exército forma do viver melhor, isto é de os seus membros procurarem outra ocupação cá fora.

A outro ponto tenho que me referir, e é à forma como se fizeram as deportações.

Se há criminosos, apurem-se as suas responsabilidades o aplique-se-lhes a lei.

Com respeito à acção atribuída ao Sr. Ministro do Interior na questão da imprensa, não direi que fôsse sua, mas é plenamente discordante do meu modo de ver.

A censura à imprensa é difícil de fazer, pois não há uma regra para a exercer.

Como se pode distinguir entre o que é bom e o que é mau?

É a censura um processo mau.

A apreensão, para depois deixar circular tudo, é mau e contraproducente, e haja em vista o que sucedeu ao Mundo, quando da perseguição de que foi vitima no tempo da monarquia.

Alargou a sua expansão, e desenvolveu-se.

A chamada Legião Vermelha d ove merecer as atenções do Govêrno, ao qual compete procurar eliminar até o seu próprio nome.

Sr. Presidente do Ministério: V. Exa. tem prestado um grande serviço à República e ao país; encontra só V. Exa. cheio de fôrça moral, e é assim que os homens públicos se fazem.

Os meus desejos são que V. Exa. continue procedendo com a energia que tem demonstrado até aqui.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Interior (Vitorino Godinho): - Sr. Presidente: na segunda-feira passada, quando V. Exa. pôs em discussão a acta, eu disse que desejava dar alguns esclarecimentos à Câmara, mas que entendia que só devia dá-los, quando estivesse presente o Sr. Cunha Leal.

Sr. Presidente: não sei se V. Exa. e a Câmara consentirão que no meio do debate político eu possa apresentar esta explicação. Se V. Exa. e a Câmara me consentem, continuarei.

Vozes: - Fale, fale.

O Orador: - Sr. Presidente: com a lealdade que sempre ponho em todos os meus actos, quero começar por dizer ao Sr. Cunha Leal que, não tendo à minha disposição o Diário das Sessões correspondente ao dia em que S. Exa. tratou aqui de um determinado assunto, ou anunciou que ia tratar, sou forçado a guiar-me pelo Boletim Oficial, que é um resumo muito deficiente dos discursos aqui proferidos, e, também, pelos relatos dos jornais. Mas, como já declarei, quero dizer a S. Exa. muito lealmente, que só darei crédito ao extracto que vem nos jornais se S. Exa. a isso me autorizar, e eu digo porquê.

Muita gente sabe que uma parte da imprensa não só me é desfavorável como leva êsse desfavor ao ponto de deturpar as minhas palavras e até as daquelas pessoas que, porventura, a mim se referem.

Não posso, portanto, sem, por assim dizer, a aquiescência do Sr. Cunha Leal, seguir as considerações ou o extracto que vem nos jornais, porque posso, porventura, cair em erros grosseiros, e eu, muito lealmente, desejo evitá-los.

Assim é que, se o Sr. Cunha Leal reconhecer que o extracto de que me sirvo não corresponde às palavras e às intenções de S. Exa., eu, com toda a correcção e muito lealmente, suporei que essas palavras não existem no extracto.

Posta assim a questão e parecendo-me que estão definidas assim as nossas posições e que nesta situação dois homens de bem podem entender-se, eu vou encetar as minhas explicações.

Diz um jornal:

"O orador referiu depois que, quando o actual Ministro do Interior, Sr. Vitori-