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Sessão de 17 de Junho de 1925 23

Mas, Sr. Presidente, independentemente das explicações que o Sr. Ministro da Guerra aqui possa trazer, vou dar à Câmara um esclarecimento que julgo bastante para que a Câmara faça o seu juízo.

Em 20 de Outubro de 1922 mandava eu a seguinte confidencial ao cheio da repartição do gabinete do Ministério da Guerra:

"Cópia. - Paris, 20' de Outubro de 1922. - Confidencial. - Ao Sr. Chefe da Repartição do Gabinete da Secretaria da Guerra - Lisboa.- Do Adido Militar.- Para conhecimento do S. Exa. o Ministro envio a V. Exa. cópia do oficio que dirigi ao Director do Banco Nacional Ultramarino em Paris, em vista da conta corrente que me foi apresentada. Trata-se de mais uma proeza do capitão P. do Almeida Pinheiro, que passou cheques em seu nome, com a sua letra, o a minha assinatura falsificada. Como V. Exa. vê pelas datas, êste novo e repugnante crime foi praticado durante a minha ausência em Lisboa. O Banco, na boa fé, como não duvidava da honorabilidade do apresentante, longe de imaginar uma falsificação, pagou aqueles cheques falsificados, sem hesitação, com toda a confiança, sem atender mesmo a que não existe cheque algum passado por mim que mio seja integralmente escrito pelo meu punho, nem. a uma pequena modificação que, a partir do fim de Julho, eu tinha introduzido na assinatura e que não figura na falsificação. Devo acrescentar que o Director do Banco, não querendo tomar, por si só, a responsabilidade de creditar aquelas importâncias, me declarou no emtanto que, embora me considere a descoberto, me pagará os cheques necessários para assegurar os pagamentos que eu tiver de aqui fazer, até que receba as instruções do governador.- O Adido Militar, Vitorino Godinho.

O ofício a que me refiro, que mandei ao Sr. Thieux, director geral do Banco Nacional Ultramarino, era o seguinte:

"Cópia. - N.º 104. - Confidencial. - Paris, 20 de Outubro de 1922.-Ex.mo Sr. A. Thieux, director geral do Banco Nacional Ultramarino - 8, Rue du Helder, Paris. - Exmo. Sr. - Recebi hoje a minha conta corrente referida a 30 de Setembro, na qual figuram as seguintes verbas, no devedor:

Agosto 16 - 43:830,00 (cheque H 1:215-205).

Agosto 17 - 150:000,00 (cheque H 30:583 - 1:214).

Agosto 22-2,75 (choque 50:976 - 51:000).

Agosto 26 - 30:000,00 (cheque 50:976).

Não tendo eu sacado essas importâncias, nem tam pouco requisitado um novo caderno de cheques, dirigi-me ao Banco, onde, no gabinete de V. Exa., me foram mostrados os documentos referentes àquelas verbas, os quais são falsos.

Rogo por isso a V. Exa. só sirva tomar as necessárias providências para que me sejam novamente creditadas aquelas importâncias, que infundadamente mo foram debitadas.

Apresento a V. Exa. os meus dedicados cumprimentos, desejando - Saúde e Fraternidade.- O Adido Militar de Portugal, Vitorino Godinho".

Em 23 de Outubro mandava eu ao chefe da repartição do gabinete do Ministério da Guerra, a seguinte confidencial:

" Cópia. - N.° 107. - Confidencial. - Paris, 23 do Outubro do 1922. - Ao Sr. Cheio da Repartição do Gabinete da Secretaria da Guerra - Lisboa.- Do Adido Militar.- Confirmo o meu telegrama de hoje nos seguintes termos: "Director Banco Ultramarino tem escrúpulo participar imediatamente polícia francesa crime Pinheiro sem ordem Ulrich, visto ser oficial do exército; teve aqui situação oficial. Julgo, pelo contrário, necessário urgente intervenção justiça francesa, que pode ouvir-me antes minha partida. Assim, julgo conveniente S. Exa. Ministro diga já governador Ulrich não se importar que Banco entregue caso justiça francesa telegrafando-me estamos concordes para eu transmitir aqui oficialmente director.- O Adido Militar, Vitorino Godinho).

A resposta do Ministério da Guerra foi a seguinte:

"Cópia.- Télégramme offciel.- Adido Militar junto Legação Portugal, Paris.-