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26 Diário da Câmara dos Deputados

suas vaidades (Apoiados), mas o meu peito encontra-se, felizmente, liberto da camaradagem coiu tais condecorações. E, visto que aludo a serviços, direi que ainda não ha muito tempo conversei com o Sr. Lelo Portela - e digo estas cousas, porque não são do carácter confidencial, embora S. Exa. não me autorizarão a fazer uso delas - dizendo-me êle que andava atrás do 150:000 lençóis que pertenciam ao Corpo Expedicionário Português o ninguém sabia onde paravam.

E o Sr. Lelo Portela lá andava nas pesquisas.

E, embora pareça ridículo falar aqui em lençóis, o que é certo é que talvez a mesma causa que fez perder 150:000 lençóis poderá ter feito perder depois nada mais nada menos do que 240:000 francos.

Mas, no actual momento, nós não temos que tratar, nem da pessoa do Sr. Vitorino Godinho, nem da pessoa do Sr. Almeida Pinheiro,

Façamos evaporar as pessoas e, depois, tiremos as conclusões naturais.

Falta aqui o Sr. Ministro da Guerra, porque, precisamente, aquilo que era essencial saber-se é que não sabemos.

O que vemos é que desapareceram 240:000 francos por meio de um cheque.

Êsse cheque tem uma assinatura "Vitorino Godinho".

Essa assinatura é do Sr. Vitorino Godinho ou não é?

Não tenho de procurar a pessoa em questão.

Tenho que preguntar a mim próprio: é verdadeira ou é falsa?

Se é verdadeira, perdeu o Estado 240:000 francos, do que deve pedir a responsabilidade ao Sr. Vitorino Godinho .

O Sr. Ministro do Interior (Vitorino Godinho): - Apoiado.

O Orador: - Se é falsa, o Estado não pode perder um franco, e, portanto, nesta altura, estão escriturados em Paris os 240:000 francos a favor do Estado português.

Daqui é que não há sair.

Mas, Sr. Presidente, já foi feito algum exame, por peritos, à letra?

Como está escriturado o roubo?

Quere dizer, &o Banco Ultramarino, que a certa altura abateu à conta do Estado essa verba, já a tornou a juntar?

É êste o factoziuho que ficou sem resposta.

Então, em vez de se responder ao facto, anda-se a atirar com a honra de uns a cara dos outros?

Então os nossos netos, como administradores, não precisam do ser averiguados de maneira a que em ninguém fique a dúvida de que havia qualquer prejuízo para o Estado?

Então pode ser indiferente para nós a suspeita do que o Estado perdeu um franco, sequer, nesta questão?

Como querem V. Ex,3s que ou continuo, se não está ali o Sr. Ministro da Guerra para mo responder?

Eu não posso continuar nestas condições.

É preciso que o Sr. Ministro da Guerra mo diga só, depois de fechada a conta do Sr. Achomann, foram raspados os livros; é preciso que o Sr. Ministro da Guerra me diga, do uma forma categórica, que foi feito um exame às contas da agência do Banco Ultramarino em Paris.

Eu vou pôr, portanto, ponto nesta questão, para amanhã a recomeçar.

Não tenho de conversar com o Sr. Ministro do Interior a êste respeito; com quem tenho do conversar é com o Sr. Ministro da Guerra, para que S. Exa. me diga a forma por que estão escriturados, em Paris, os 240:000 francos.

Peço ã Câmara que reservo o seu juízo até amanhã.

Dizem que o Sr. Ministro da Guerra está demissionário. Não me importa isso.

Eu não queria pôr a questão com esta dureza, mas obrigaram-me a isso.

O Sr. Ministro da Guerra tem obrigação de saber o que eu pregunto.

Como se liquidaram as contas entre o Estado e o Banco?

Houve qualquer arranjo?

Houve qualquer emenda à conta do Sr. Acheman, depois de ela estar encerrada?

Figura o Sr. Acheman como devedor do Banco?

Os factos são estos. Aguardemos a resposta e o País que espere também para julgar.

Eu não ficarei descontente se o Sr. Ministro do Interior se sair bem desta pe-