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Sessão de 17 de Junho de 1925 27

quena carrapata; desejo que se provo a sua não culpabilidade o até lá esperemos com serenidade, até que amanhã o Sr. Ministro da Guerra nos esclareça.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva (para um requerimento): - Requeiro que seja interrompida a sessão para continuar à noite com a presença do Sr. Ministro da Guerra, a fim do que o País possa ser informado do que aqui se passa.

Trocam-se àparte e a Presidência dá explicações ao Sr. Carvalho da Silva que o sussurro não deixou ouvir.

O Orador: - Acaba de se dizer no Parlamento que se cometeu um crime e que o criminoso anda à solta.

É preciso liquidar esta questão hoje mesmo.

Disse-se aqui que o ladrão foi recebido pelo Alto Comissário de Angola e Govêrno sabe que é no Ministério da Guerra que estão os documentos para elucidar o País. Porque é que hoje mesmo não se esclarece êste assunto?

Mantenho o meu requerimento.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Vitorino Guimarães):- Sr. Presidente: acho deveras estranho o requerimento do Sr. Carvalho da Silva. Quere S. Exa. marcar horas a um Ministro para dar uma resposta quando no Regimento há uma cousa que se chama nota de interpolação.

Julgará que o cérebro de um Ministro corresponde a uma biblioteca?

Isto é uma brincadeira!

Interrupção do Sr. Carvalho da Silva.

Sussurro.

O Sr. Carvalho da Silva:-Isso é que é uma brincadeira; isso é que é uma vergonha.

Trocam-se apartes.

Grande sussurro.

O Orador: - Sr. Presidente: para terminar, direi que não sei que responsabilidade se possa pedir ao actual Sr. Ministro da Guerra pelo facto de andar em liberdade um indivíduo que não está no País e que há três anos praticou um delito.

Por esta teoria, amanhã poder-se há vir pedir responsabilidades a mim ou a outro qualquer membro do Govêrno pelo facto de andarem fugidos diversos criminosos de delito comum.

Diga-mo a Câmara se isto é ou não é uma brincadeira.

Tenho dito.

O orador não reviu.

Trocam-se àpartes violentos.

Estabelece-se tumulto.

O Sr. Pinto Barriga (para invocar o Regimento): - Sr. Presidente: não me interessa o assunto em discussão sob o aspecto político. Sob o aspecto regimental, direi que o requerimento do Sr. Carvalho da Silva é contrário à letra do Regimento.

Só há duas maneiras de pedir a comparência do Sr. Ministro da Guerra, ou por um negócio urgente que S. Exa. não apresentou, ou por uma nota de interpelação que já não podia ser incluída na ordem do dia.

De maneira que, repito, o nosso Regimento opõe-se à admissão do requerimento do Sr. Carvalho da Silva.

Àpartes.

Grande sussurro.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - A próxima sessão é amanhã, 18, à hora regimental, sendo a ordem dos trabalhos a seguinte:

Antes da ordem do dia (com prejuízo dos oradores que se inscreveram):

Parecer n.° 872, que altera as secções de voto em Lisboa e Pôrto.

Parecer n.° 878, que dá nova redacção ao artigo 11.° da lei de 31 de Agosto de 1915.

Parecer n.° 923, que cria um sêlo comemorativo da independência de Portugal.

Proposta de lei n.° 925, que isenta do pagamento de propinas de exame e da inscrição e matrícula nos estabelecimentos do ensino, dependentes do Ministério da Instrução Pública, os alunos de determinados estabelecimentos e institutos de instrução e de educação.