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20 Diário da Câmara aos Deputados

les que eu nunca encontrei nas horas difíceis da República, mas que dela se servem em proveito próprio.

Naturalmente, porque não quero comungar com os seus processos de administração política, chamam-mo agora talassa!

Antes talassa pelo facto do não seguir êsses processos, do que republicano com processos perfeitamente reaccionários e talásseis do má moral.

Sr. Presidente: referindo-mo à pasta da instrução, vejo que ternos uma reforma que é a continuação da política do Sr. Ministro do Trabalho.

Tudo se anarquiza com êstes principiantes que passam pelas pastas, não pelos seus méritos, mas somente pela regedoria de certos grupelhos.

Muitas das pessoas que tomara couta de uma pasta de Ministro assumem êsse encargo, não devido aos seus estudos e à sua preparação, mas tam somente devido aos caprichos que têm aparecido na política nestes últimos tempos. O que querem é vincar a sua personalidade, sem atenção alguma pelos interêsses da Nação e até perdendo o respeito pelos sãos princípios dessa boa democracia. Tudo ao invés.

Tínhamos uma organização de ensino primário que satisfazia aos professores e ao ã democratas, e tudo se alterou sem vantagem para o Tesouro e muito menos para o ensino. Haja em vista as reclamações e protestos que até nós têm vindo contra essa medida que revogou ditatorialmente a legislação de Maio do 1919. Para que se fazem reformas que só malquistam o regime com as classes liberais? Tudo politiquice.

Em matéria de ensino, a República só o tem tornado caro, atrabiliário e reaccionário, e privilégio das castas endinheiradas;

É isto a República que o povo reclamava?! Creio que não.

Sr. Presidente: eu não tenho a preocupação de fazer um discurso que vá influir na votação.

O que eu quero é descarregar a minha consciência perante o País. Não quero as responsabilidades de ter ficado, aqui, calado perante o desmanchar desta feira onde noa leiloa há anos uma parte do Partido Democrático.

Os videirinhos tudo nos prejudicaram na ânsia de só banquetearem lautamente. Quero que se faça alguma cousa do útil, que não seja a política de campanário a que se têm dedicado.

Outro bluff, chamemos-lhes assim, é uma proposta que há dias aqui trouxe o Sr. Presidente do Ministério, e que mostra bem a sua rijeza de processos.

Dos funcionários públicos, uns receberam determinadas quantias, outros não as receberam, e por isso querem ser todos igualados.

E isto é humano, porque se a vida está cara para os funcionários do Congresso o dos Correios o Telégrafos, também está cara para os outros.

Eu falo abertamente, porque sou dos poucos indivíduos que, nesta República, não são funcionários públicos nem bacharel ao abrigo de qualquer decreto publicado após um movimento revolucionário. Vem então uma proposta do Sr. Presidente do Ministério, e, S. Exa. diz:

Se V. Exas. me não aprovarem imediatamente esta medida, eu não posso pagar ao funcionalismo.

E, à boca pequena, ia também dizendo:

E se lhes não pagar, êles fazem uma revolução. É decento que os Governos assim procedam?

Além desta, apresentou uma outra proposta, com duas palavras apenas. Foi à sucapa que a trouxe ao Parlamento, tam ingrata é a sua doutrina para a estabilidade do Govêrno.

Sr. Presidente: se fôsse preciso que eu dêsse o meu esfôrço para que êste País tivesse uma administração capaz e cautelosa, eu não teria dúvida nenhuma em entrar numa revolução que fôsse levada a efeito com êsse fito, porque me batia por uma causa justa; assim o queriam os oficiais o praças do movimento do 18 de Abril último.

Apoiados.

Mas, voltando à proposta, eu vi que ela foi para as comissões, sem que o Sr. Presidente do Ministério lhes tenha pedido sequer que reunam e que dêem os seus pareceres com brevidade, a fim do se poder discutir ràpidamente o assunto da proposta que interessa a todo o funcionalismo militar o civil.

Ocorro-mo agora preguntar:

Porque é que faltaram 30:000 contos?